terça-feira, 30 de junho de 2009

A casa que vamos deixar

Também as casas ficam sentidas com quem lá mora.
Ela já pressente que está para breve a nossa saída, até porque há muito que andamos a descurar completamente qualquer amor que ela pudesse merecer.
Não é de propósito, mas há muito que desistimos de cuidar da relação.
Ela lutou mais por nós, do que nós por ela e o colapso antevia-se como inevitável.
Uma relação de amor e ódio que vai chegar ao fim.

Faremos a divisão de bens, mas como ela é mais altruísta do que egoísta, quer que levemos connosco mais recordações suas. Nossas, quer coisa pouca ou mesmo nada.
Não é sem alguma nostalgia, apesar do estado eufórico de mudança, que começo a olhar para ela com saudosismo. Porque acaba por acontecer esta contradição de sentimentos? Queremos sair, mas ao mesmo tempo temos pena. Queremos pôr um ponto final, mas ao mesmo tempo sente-se um certo vazio. É possível que seja o hábito a fazer das suas partidas.

Neste momento, a única forma de lhe devolvermos o carinho é sabermos guardar e cuidar com zelo o melhor que ela nos deu. A única maneira de mostrarmos o quanto ela foi importante.

1 comentário:

  1. A nostalgia bate sempre à porta.
    Por muitos que não gostamos de algo, ou não é o que desejamos, a partilha de momentos que acaba por existir é fulcral para as nossas recordações e aqui entra a nostalgia.
    Beijos
    Célia

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