segunda-feira, 20 de julho de 2009

Casas com Charme

Apercebo-me que a ideia generalizada de uma casa com charme, que vigorava e ainda vigora, mas com menos força nos últimos anos, era (é) sinónimo de uma casa despida daquelas peças consideradas ultrapassadas, feias, sem graça. Porque a tendência, em termos de moda, era outra, essas mesmas peças chegavam a roçar o mau gosto. Então, as pessoas desfaziam-se delas, sem grande pena, muitas vezes deitando-as ao lixo.
Existia a ideia (e infelizmente ainda existe muito) que uma casa com charme é uma casa que se assemelha às casas que vemos nas revistas, é uma casa cujo interior tem de ser tendencialmente moderno, com uma decoração moderna, só com objectos e acessórios modernos. Esta era(é) a moda das casas e as casas começaram a tornar-se muito iguais.

Felizmente essa ideia começa actualmente a desvanecer-se, graças a um certo revivalismo do que se usou outrora. As coisas estão a mudar e aquilo que era considerado já fora de moda, começa a ser resgatado, do mesmo lixo onde antes foi depositado, reapreciado, revalorizado e a ganhar espaço de destaque nas nossas casas. É essa peça já fora de moda que se torna aquele apontamento que faz a diferença e dá aquele toque de charme à nossa casa.

Tudo isto para chegar à conclusão que eram esses detalhes que personalizavam as casas dos nossos pais, dos nossos avós, dos nossos tios e que agora começam a personalizar as nossas.
Por esta minha conversa, não será difícil adivinhar que gosto de muitas coisas antigas, as chamadas velharias. Mas atenção, também gosto do que é moderno. Acho é muita graça a uma mistura de estilos. E acho menos graça a casas rígidas, a tenderem excessivamente para um lado ou para o outro.

Acho um charme aquele móvel já tão antigo e que conta uma história de gerações. Acho um charme usar algumas peças artesanais feitas com tanto carinho. Acho um charme aqueles objectos que conseguimos criar ou recriar e que ganham uma ligação sentimental connosco, porque fomos nós que os fizemos. Acho um charme aquele servicinho de chá que era do tempo da nossa avó, aquele paninho de linho que ela fez com amor…

É verdade que podemos achar inicialmente que algumas coisas não se enquadram na nossa casa. Aliás, não temos de gostar de todas as coisas, nem todas as coisas têm de lá caber... Mas há sempre um lugar para aquela peça especial, excepto naquelas casas que desde raíz cresceram estáticas, sem movimento, sem versatilidade, e de uma só cor.



2 comentários:

  1. Não me digas que gostas da "pintura" do menino a chorar???:) LOL!
    Brincadeirinha!!!

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  2. Andas com umas boas piadas ;)

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