quinta-feira, 2 de julho de 2009

Casas Estranhas

Há casas que são um perfeito anonimato. Se não soubessemos quem são os seus donos, nunca adivinhariamos quem ali mora. Podiam ser aquelas pessoas, como outras quaisquer. São casas descaracterizadas e impessoais, espaços “vazios”, frios, artificiais. São os não-lugares.
E é fácil, muito fácil, cair ou transformar a nossa casa num lugar destes.

Cada vez mais somos bombardeados pelas lojas, as megastores do design-da-moda. Sim, não é preciso puxar muito pelas ideias para nos virem logo uns nomes à lembrança.
Se por um lado há enormes vantagens em ter acesso fácil a estas lojas, que vieram revolucionar o mundo da decoração a baixo preço (mas de qualidade duvidosa), por outro são extremamente perigosas. Quantas e quantas vezes, não entramos numa delas, só com o intuito de ver o que existe, e acabamos por gastar uns bons euritos com aquilo que não precisavamos, mas que assim que lhe pusemos a vista em cima passou a ser uma necessidade quase primária? Pois é, acho que isto acontece com a maior parte das pessoas, e eu não sou excepção.

E há aquelas que são mesmo umas vítimo-dependentes deste género de compras. E é vê-las a correr a toda a hora para estas catedrais do consumo, num ânsia desenfreada de atafulhar a casa com tralha, com a desculpa que é tudo baratinho. Sou mais da opinião que juntando o dinheirinho que se gasta em tanta bugiganga desnecessária, e que vai dar trabalho a limpar, consegue-se comprar aquela peça única, que é mais cara, mas que vale mais a pena.

É difícil resistir à pressão e à tentação. Mas uma coisa é comprar uma ou outra peça, e conjugá-la de forma inteligente e criativa no meio de uma decoração que se quer pessoal, outra coisa é a casa passar a ser uma criação made in...

Incomoda-me esta standartização de gostos na moda do mobiliário. De repente passar a ver uma série de casas iguais, sem um estilo próprio, numa total ausência de originalidade nas escolhas. E pior que isso, é muitas dessas pessoas ainda se regozijarem do feito e sentirem uma alegria avassaladora pelo amigo ou o vizinho ter o mesmo que ele, igualzinho :(
Só espero que o bom senso e a lucidez não me faltem e não me deixem cair em tentação. Estas lojas são o "diabo" dos tempos modernos :P


2 comentários:

  1. Não podia estar mais de acordo ctg!!

    Quantas vezes entramos em casas frias e impessoais? Iguais a tantas outras mas que nada têm a ver com os donos?

    Espero conseguir transformar a minha casinha num cantinho fofo e acolhedor, mas isso leva tempo e conhecimento, quer da casa, quer da nossa propria vida!

    Beijinhos

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  2. Olá, Ana :)

    Também eu partilho do teu último desejo, e não podia estar mais de acordo que, para criarmos um cantinho bem acolhedor e harmonioso, leva tempo, implica procura e conhecimento "quer da casa, quer da nossa propria vida".
    Palavras sábias as tuas, logo de manhãzinha.
    Beijinhos

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