quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Não faço ideia de quanto poderão valer...

... mas para mim valem mais que muito.

Não são peças do tempo dos meus avós, nem bisavós, nem tetra avós. Não sei quando foram adquiridas, só sei que habitavam aquela casa há muito tempo, no meio de infinitos bibelots que por lá existiam.

Há muitas coisas que passaram de geração para geração. Talvez estas peças sejam um desses casos, quiça?

Não faço ideia se tenho uma pequena ou grande "fortuna" em casa (só sei que sou uma sortuda por tê-las). Sei que quando lhes pego, sinto-me uma malabarista que tenta caminhar sobre o arame. Concentro-me com todas as minhas forças. Calculo meticulosamente os graus de ângulo dos meus futuros movimentos. Acho que às vezes até chego a suar, tamanho é o peso da responsabilidade que sinto.

Gostava que perdurassem no tempo além da minha própria existência física. Será desejar e exigir demais, se outros outros atrás de mim o conseguiram?

Fiquei satisfeita de me ter tornado a feliz contemplada para cuidar e estimar estas peças. Eu adoro misturar estilos, revisitar épocas... baralhar o presente com o passado... E estas, sem dúvida, são especiais.


Estas duas peças estão ao lado da minha televisão, enquanto do outro lado tenho peças totalmente contemporâneas. Gosto realmente de ver a mistura.
Mas ainda existe uma terceira peça com história...


A terrina ocupa agora o centro da mesa da sala. Nem de propósito, as cores ficam mesmo a combinar com as cadeiras :)

Havia também os livros. Uma edição dos Lusíadas em tamanho A3, com um prefácio escrito à mão numa caligrafia que já ninguém é capaz de imitar. Veste-se de uma capa dura e encerra-se numa impressionante lombada. Do título a dourado brilhante, o tempo encarregou-se de devorar de mansinho...

Depois os dois volumes do D. Quixote, de Cervantes, em tamanho A5. Pérolas literárias que também revelam as cicatrizes das mandíbulas afiadas de décadas e séculos.

São Livros com edições datadas do séc. XVII e XVIII.

Esses a minha mana fez questão de ficar com eles. Sei que os estimará tão bem quanto eu os estimaria se viessem viver comigo...

13 comentários:

  1. Ola amiga

    Obras de arte,reliquias e o que são...as adorei....também coleciono,mas nada tão precioso...lindo
    Deusa
    http;//vasinhoscoloridos.blogspot.com

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  2. São tão lindas... Uma preciosidade... Estima-as com muito carinho...
    Beijinhos Catarina Correia

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  3. Nossa, acho que essas relíquias nem tem preço. São muito lindas as peças e aposto que cheias de histórias, né?
    Beijos mil,
    Isa

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  4. ADORO peças com história... essas tem certamente!!

    Um beijinho
    Eduarda

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  5. Perdoa-me a perguntas mas, fazes ideia da origem das peças? Fiquei curiosa em relação às inscrições que apresentam (defeito de profissional!)! Obrigada :)

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  6. Olá Agridoce :)
    Como disse no post, não tenho qualquer ideia da origem das peças. Os últimos donos tinham muita sensibilidade para a arte e para a cultura em geral. Sei que um deles vinha de uma família "brazonada". Infelizmente nenhum dos dois já cá está para me dar mais informações e ninguém mais mas saberá dar. Só descobri as inscrições quando estive temporariamente a viver na casa, com o recheio que deixaram.

    Com o "defeito de profissional" que tens, haverá alguma informação interessante que consigas partilhar ou adiantar :P ?
    Beijinhos

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  7. Sem ver as peças, é difícil, é só mesmo especular :) Mas posso dizer-te que fiquei curiosa quanto à origem das inscrições, e não tanto das peças em si. Talvez tenham pertencido a alguma colecção privada (o que se lê é Berardo?), ou tenham sido leiloadas, e tenham sido assim marcadas nessa altura. É estranho dizerem "made in portugal", sabes? A inscrição é obviamente recente, e fiquei curiosa quanto ao contexto em que terá sido feita :)
    Podes sempre levar as fotos a uma leiloeira ou uma loja de antiguidades e pode ser que alguém já tenha visto esse tipo de inscrições, e te possa dar mais informações sobre a origem e a idade das peças :)

    Mas são lindas, seja como for!

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  8. Que relíquias hein! A minha mãe também tem algumas, mas sabes o que acho curioso? Antes eu não gostava nada de objectos mais antigos e até me perguntava porquê a minha mãe guardava tantos tarecos velhos... e não é que agora gosto!! Acho lindos, tem um encanto todo especial! Parabéns pela colecção.

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  9. Agridoce:
    O que se lê é "Berardos".
    Concordo contigo quanto à actualidade das inscrições. Também já tinha reparado nisso.
    Contudo, não poderão indicar igualmente os séculos a que pertencem as peças? Se não for esse o caso, que outra explicação poderá existir?
    Obrigada pelas sugestões :)

    Bricolar e Poupar: Engraçado o teu comentário porque eu achava exactamente o mesmo que tu. Antes muitas velharias causavam-me urticária, lol.
    Só mais ou menos recentemente refinei o gosto, lol e agora aprecio peças que antes achava antiquadas. Será sintoma da velhice a aproximar-se? :D

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  10. Talvez seja "Berardo's", no sentido possessivo. Isto porque conheci uma família Berardo em Coimbra, e porque já que diz Made in Portugal, também pode ter o possessivo inglês (isto já sou eu a divagar ;)), e porque suponho que as peças tenham sido todas numeradas e identificadas por alguma razão.
    Andei às voltas com os livros e não cheguei a grande conclusão. Mas, e partindo do pressuposto que as peças são de faiança (pelas fotos parecem), a faiança em Portugal só se difundiu a partir de meados do século XVI, daí que a última peça me deixe intrigada. Mas, lá está, nem eu sou uma expert na área, nem é fácil falar sem ver as peças :)
    Se, por acaso, conseguires descobrir mais alguma coisa sobre as peças, gostava de saber :)

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  11. Estas peças têm um valor incalculável para quem as possui! Mas as que mostras são lindas e originais, valem só por si! Ainda bem que as salvaram :) eu tenho umas peças que uso no dia a dia que eram dos meus avós, como gosto de dizer, são vintage :)

    Beijinhos e bom fim de semana*

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  12. Que bonitas.

    Para chegarem às tuas mãos devem ter sido cuidadas sempre com muito carinho... isto pq ao mínimo descuido podem partir-se.

    A meus sogros têm algumas peças dos pais e avós mas algumas já não estão em bom estado por causa dos descuidos :P

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  13. Olá Luarte!
    Encontrei este teu post hoje, a partir daquele da tua sala.

    Vi as tuas peças e concordo que têm valor, pois parecem-me ser edições limitadas (o primeiro nº que aparece: 227, 457...). Depois parece-me que são réplicas. Um é réplica do séc. XVIII, outra peça é réplica do séc. XV.

    São recentes mas não deixam de ter valor por isso. Só o facto de serem edições limitadas, e de eventualmente estarem registadas nalgum lado (possivelmente o «Berardos» terá a ver com isso), já fará com que tenhas aí peças especiais.
    Mas claro, no fim de contas, os objectos só têm o valor que nós lhes quisermos dar... e deu para perceber que tens muito carinho por eles ;)

    Beijinho

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