terça-feira, 2 de julho de 2013

No país da bota #Cidade do Vaticano

E como o previsto era ficar algumas noites em Roma, reservámos logo um dia inteiro para ir ao Vaticano.

Situada no lado oposto do rio Tibre, a Cidade do Vaticano é um Estado independente. Alberga a Basílica de S. Pedro e os Museus do Vaticano e, como é do conhecimento geral, é sede da igreja católica.

Com cerca de 800 habitantes e pouco mais de um quilómetro quadrado, é o menor país do mundo, tanto em população como em área.

Visitámos o Vaticano numa segunda feira, por isso não vimos o Papa.

Pequeno almoço tomado e uma viagem de metro, e em poucos minutos estavamos do lado oposto do rio Tibre para começar pelos museus.

Os museu do Vaticano são ao fim e ao cabo um enorme complexo que inclui extensas e valiosas coleções de arte de alto interesse arquitetónico, histórico e artístico. 

O meu grande interesse ao visitar este lugar era sobretudo conhecer a suprema obra prima de Michelangelo, a  Capela Sistina, e as quatro salas de Rafael, grande pintor renascentista da escola de Florença.

Antes da viagem já sabia que as filas para os museus podiam ser tremendamente compridas. Havia a hipótese de comprar os bilhetes online com um acréscimo no preço, mas fiei-me na "virgem" e acreditei, ingenuamente, que indo bastante cedo, e numa segunda feira, estaria tudo sob controlo. 

A minha ingenuidade custou-nos cerca de 2 horas e 30 minutos de fila :P

Mas pronto, a determinada altura lá chegou a nossa vez de entrar num dos maiores e mais impressionantes museus do mundo.

Se quisessemos ser minuciosos na nossa visita, seriam precisos pelo menos 2 dias e 7 km de caminhada para ver tudo nos Museus do Vaticano.

Mas não havia tempo, nem interesse nesse sentido.

A nossa bonita e formosa fila

 Finalmente já pertinho da entrada



Jardim interno da Pinha

Passagem pela galeria dos Mapas

O famoso fresco de Rafael, a "Academia de Atenas", também conhecido pela "Academia de Platão"

Detalhe central do fresco de Rafael: Platão (esquerda) e Aristóteles (direita)

A Academia de Atenas compõe um grupo de quatro frescos que retratam ramos distintos do conhecimento. 

No centro deste famoso fresco encontramos dois dos maiores pensadores da história da Filosofia: Platão e Aristóteles.

Imagem possível de uma parte da famosa pintura do
teto e altar, feita por Michelangelo, na Capela Sistina

Localizada no interior dos museus do Vaticano, esta capela é famosa mundialmente pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão, do Antigo Testamento. Toda a sua decoração em frescos foi pintada pelos maiores artistas do Renascimento, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Botticelli. Não é por isso em vão que a Capela Sistina seja vista por muitos como a maior obra criativa do Renascimento.

Esta capela é realmente uma obra prima que deixa estupefacto qualquer um pelo trabalho ali empregue, pela dimensão dos frescos, pelas cores, por toda a minúcia figurativa das imagens. É realmente deslumbrante.

Infelizmente não é possível tirar fotos. Os guardas não deixam e andam sempre à coca. Mas com alguma manha e muita rapidez eu e o P. conseguimos cada um tirar a sua foto sem flash.

Os registos estão tremidos e a qualidade deixa muito a desejar, mas conseguimos apanhar a parede do altar que conserva a maior pintura na qual Michelangelo dedicou todo o seu engenho e arte: o Juízo Final.

"Criação de Adão"

E por cima, no teto, com algum esforço de vista, conseguimos ver a cena que representa um episódio do Livro de Génesis, a criação de Adão. Deus, o velho barbudo com o seu braço direito esticado cria o poder da vida a partir do seu próprio dedo: Adão. E o Homem é assim criado à sua imagem e semelhança.   

Esta imagem mundialmente famosa, tem sido ilustrada em telas, quadros, etc... mas a pintura original encontra-se no teto da maravilhosa Capela Sistina. 

Saída dos Museus do Vaticano

Após sairmos dos museus, estava mais do que na hora de restabelecer energias e almoçar. A seguir  esperavam-nos a Praça e a Basílica de S. Pedro.

Curioso o inusitado puzzle de inscrições que fomos descobrir
nas nossas latas de coca-cola :)

A Basílica de S. Pedro ali mesmo ao fundo

Na perspetiva oposta, a praça de S. Pedro vista da entrada da Basílica

O Obelisco do Vaticano

Ao contrário do que imaginava a praça de S. Pedro é bem menor em tamanho que o recinto do Santuário de Fátima.

O obelisco que se encontra na praça tem 40 metros de altura e diz-se que a cruz no topo guarda um dos pedaços originais da Cruz de Cristo.

Já prestes a entrar na Basílica de S. Pedro

Até para entrar na Basílica tivemos de nos colocar na fila, que felizmente até andou rápido. Depois foi passar pelo controlo de segurança para finalmente puder entrar na maior das igrejas do Cristianismo.

De notar que os italianos são muito rigorosos com a roupa com que se entra nas principais igrejas. Eu como ia de pré-aviso fui preparadinha para não ter de ser barrada à porta. Por isso nada de calções curtos, de ombros à mostra ou decotes pronunciados ;P

Já no interior da Basílica



Se não tinha ficado impressionada com o exterior da Basílica e a praça, o interior da Basílica conseguiu arrepiar-me, tal a grandeza e o esmagador sentido de escala e glória decorativa.

A luz que penetra o interior cria uma atmosfera completamente indiscritível e singular. A única coisa que me apraz dizer é que há ali mão divina que fotografia alguma conseguirá alguma vez ilustrar. É mesmo ver para crer.

Debaixo do altar está enterrado S. Pedro, um dos doze apóstolos de Jesus e o primeiro Papa. Por essa razão, muitos Papas, têm sido enterrados neste local, como é o caso de João Paulo II.

Estátua de S. Pedro

O pé direito da estátua de tanto ser afagado por milhões de fiéis encontra-se totalmente polido, sem relevo e pormenores anatómicos do pé.  

A Pietà (Piedade), de Michelangelo

Esta escultura que representa Jesus morto nos braços da Virgem Maria, encontra-se infelizmente por detrás de um vidro depois do ataque que sofreu em 1972. É talvez a mais famosa escultura de Michelangelo.

Guarda suiça

Um registo que achei piada: a freira que fala com o guarda e depois o ar de satisfação de ambos ;)

Os guarda-costas oficiais do papa são jovens recrutados na Suiça em cantões predominantemente católicos. Com idades entre os 19 e 25 anos e pelos menos 1,75 m de altura, permenecem solteiros durante o seu tempo de serviço. Estes uniformes que usam fazem-me lembrar os bobos e foliões. Foram desenhados por Michelangelo com as cores dos Papas Médicis - vermelho, amarelo e azul.

 Ponte de Sant'Angelo

Ao fundo, Castelo de Sant'Angelo

Já no regresso voltámos desta feita a pé para Roma e aproveitámos para passar sobre esta famosa ponte e ver de  perto, mas por fora, o castelo que se ergue sobre o rio e que serviu como mausoléu da família do imperador Adriano, depois como fortaleza, como prisão medieval, cidadela papal e arsenal de armas.

Já do lado de Roma aproveitámos para continuar as nossas visitas que já dei conta no post anterior.

No próximo post continuarei a seguir viagem.

Beijinhos :)

13 comentários:

  1. A vossa viagem é bem interessante, gostaria de visitar Roma e Vaticano um dia.

    Gostaria que falasses um pouco sobre os italianos. Dá-me ideia que há muito aldrabão nesses lugares turísticos a sugar e enganar os turistas... Espero que não tenha acontecido nada do género convosco.
    Beijinhos

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    1. Olá, Carla :)
      Eu não tive más experiências como os italianos, muito longe disso. Mas em Roma, e por ser capital, uma cidade maior, há sempre uns fulanos (vendedores de rua) chatos que nos tentam impingir coisas. Em Lisboa só não vemos isso em grande escala porque o número de turistas não tem nada a ver. De resto somos iguais aos italianos.
      Partilho da mesma opinião da Elsa em relação aos restaurantes. Mas se já formos com informação sobre isso, dificilmente pagamos gato por lebre. Claro que um turista desprevenido pode ser mais facilmente "levado". Mas aqui é a mesma coisa. Por isso quando viajo para algum lado fora do país tento informar-me o mais possível sobre o lugar para onde vou e o que posso esperar dali.
      Beijinhos

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  2. Olá Luarte

    Estou a adorar acompanhar esta vossa viagem por Roma. Nunca lá estive, quem sabe um dia...

    Parabéns pelas fotografias e espero pelo próximo episódio!

    Sofia :)

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    1. Olá, Sofia :)
      Fico feliz em saber que gostas de ler estes meus relatos de viagens. Quem sabe um dia não vais a estes lugares :)
      Viajar é sempre bom, seja para onde for :)
      Beijinhos

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  3. Olá Luarte,
    Muito obrigado por partilhares aqui a vossa viagem. Adorei rever Roma pelos teus olhos.
    De todas as capitais europeias sem dúvida é a minha preferida. Uma vida inteira não dava para a conhecer. Para quem va a Roma é que tu dissés-te acima é obrigatório comprar os bilhetes todos para os museus online antes de ir. Sai um bocadinho mais caro mas compensa e como o tempo de espera que há para cada um.
    Elsa

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    1. Olá, Elsa :)
      Fico feliz em saber que ao partilhar um pouco da nossa viagem te fiz recordar a tua, que te traz tão boas lembranças à memória.
      Eu gostei bastante de conhecer Roma. Não é de todo uma das minhas capitais ou cidades europeias preferidas, mas é inegável que em termos históricos Roma tem muito para nos contar e ensinar.
      Quanto aos bilhetes para o Vaticano, eu quis ser forreta e pimba tive o troco :P
      Beijinhos

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  4. Ainda para responder à pergunta acima da Carla do Arte e Manha: Da minha experiência (já tive oportunidade de conhecer o norte e a costa italiana) não fiquei com a ideia que os italianos fossem aldrabões suga-turistas, são mais "empreendedores turistico chico-espertos" exactamente como os Portugueses portanto uma pessoa sente-se em casa) :)
    Exemplo: os restaurantes para turistas fazem publicidade a menus a 7/8 euros mas esquecem-se de dizer que o menu é só a refeição e que se se quiser bebida cobram 4/5 euros por uma garrafa de água ou uma lata de coca-cola.
    A quem vai a Roma a sugestão que deixo aqui é que comam em sítios onde comem as famílias italianas em trattorias e osterias. Come-se bem, é tudo bom (mesmo)e barato...
    Elsa

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    1. Olá, novamente :)
      Respondeste à Carla exatamente como eu penso.
      Quanto aos restaurantes é mesmo assim as as bebidas são caras e regra geral não estão incluídas numa refeição completa. Depois é preciso estar-se atento em relação à cobrança de serviço, o famoso coperto. Há lugares que cobram, há outros que não cobram. Por isso há que ver as ementas que estão expostas no exterior e ler bem para depois não se ser surpreendido com a famosa taxa. Em comi várias vezes em trattorias, são mais económicas que os restaurantes, mas não acho que são baratas, pelo menos para o bolso da maioria dos portugueses.
      Beijinhos

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  5. Olá Luarte, gostei muito destas fotos e comentários sobre Roma e Vaticano. Descreves como ninguém os locais que visitas. Também costumo fazer férias de cidade pela Europa, mas nunca fui a Itália, vou colocar em lista de espera para uma próxima.
    Bjs. Ana M.

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    1. Olá, Ana M. :)
      Obrigadas por gostares de ler estes meus relatos.
      Quem sabe um dia não vais a Itália. É um país fantástico com imenso para oferecer ao visitante.
      Beijocas

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  6. Que saudades da minha viagem a Itália. Adorei Roma! Tudo e mais os italianos, tanto estilo! As italianas também!! Estou a gostar do teu relato! :)

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    1. Olá, p* :)
      Itália é realmente um país maravilhoso. Adorava conhecer a região da Toscana, mas aí só de carro. Seria uma viagem bem diferente de turismo de cidade.
      Se estás a gostar do meu relato, continua desse lado que a viagem ainda vai a meio :)
      Beijinhos

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  7. Olá, Paula :)
    Assim ficas com uma noção de um bocadinho das nossas férias e com uma ideia de alguns lugares que ainda não conheces e que eventualmente te possam suscitar interesse :)
    Beijinhos

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Obrigada pela visita e pelo vosso comentário :)