terça-feira, 13 de outubro de 2015

53 dias de Cereja

Hoje esta casa faz 53 dias de Cereja. 1 mês e 23 dias.

São várias as pessoas que me têm perguntado como tem corrido esta fase. Que me colocam dúvidas. Que também pensam adotar um animal já adulto, etc...

A todas tenho respondido dentro do pouco que sei mas sobretudo à luz da minha experiência.

Uma nova vida entrou cá em casa. Um cão é um animal para a vida e nunca se deve tomar a decisão de ter um cão de ânimo leve. A família alargou, porque definitivamente um cão que é estimado pelos seus donos passa a ser mais um membro.




É preciso ter tempo e condições para dar a um cão. Para o educar, treinar, brincar, cuidar, levar à rua, passear, levar ao veterinário, etc.

As rotinas mudaram. Aqui em casa muitas coisas mudaram. Era previsto.


Agora há que levantar muito mais cedo de manhã para levar a Cereja ao passeio matutino. Se antes acordava com 1 hora de antecedência, passei a  levantar-me 2 horas antes de sair de casa para ir trabalhar.

Claro que à noite estou muito mais cedo cansada e com sono. E  assim mais cedo me vou para o vale dos lençóis.


Ao fim de semana não há cá a ideia de ficar com o rabo na cama até tarde. Ainda que possa ficar 1 a 2 horas a mais na cama, existe a preocupação de não me esticar indefinidamente na ronha porque a Cereja precisa de ir fazer o seu xixi e cocó. Já aconteceu vestir-me, levá-la à rua e voltar para a cama.

Desde o início que as idas à rua se fazem pela escada do prédio. Moro num 3° andar. Bom pretexto para subir e descer as escadas várias vezes ao dia, ao invés de utilizar o elevador. Bom pretexto para exercitar as pernas, fazer algum exercício pré e pós passeio, que também é uma forma de exercício e de descontração para as duas.

Ter cão é voltar a redescobrir o bairro onde se mora. Reparar em pormenores nunca antes vistos. Passamos a ir a lugares onde não íamos e a ver coisas que antes não existiam para nós.


Com a vinda da Cereja cá para casa o meu bairro cresceu em ruas, em jardins e outros espaços.

Já descobri macieiras, romanzeiras, medronheiros, pereiras, physalis, hortelã, alfazema, alecrim e salsa na via pública.

Nunca falei com tantas pessoas desconhecidas como agora ao ponto de nos voltarmos a reencontrar e cumprimentar quase em jeito de festa.

Falo sobretudo dos outros donos de cães. O meu bairro cresceu em número de cães. Acredito que antes da Cereja eles já existiam. Eu é que nunca os tinha visto ou sequer reparado. O mundo e a vida são mesmo feitos de ângulos e perspetivas.

E são muitos aqueles que já passaram a fazer parte do nosso dia a dia.

É o Chico, o Rochie, a Rita, a Marisa, o Lucas, o Zuki, o Snoopy, o Freddy, o Tobias... só para identificar alguns dos cães do meu quarteirão. Ao final da tarde é quando encontramos mais cães a passear. Por vezes os encontros mais parecerem tertúlias canídeas. Acaba por ser uma forma de socialização numa urbanização-dormitório onde cada um chega e sai de sua casa e não conhece ninguém, não fala com ninguém para lá do simples cumprimento que faz parte das regras da boa educação. 

A casa ganhou pêlo. Ok, ganhou pêlo. Estranho era se ganhasse penas. Isto para dizer que no início havia a preocupação constante de andar a limpar o chão a toda a hora. Obviamente torna-se inviável quando se trabalha. A pouco e pouco passamos a relativizar. A casa anda limpa dentro do possível. Tem pêlo, mas se eu não quisesse pêlo não tinha arranjado um cão para dentro de casa. Tão simples quanto isso.

Portanto, limpo quando posso e quando tenho vontade mas não me vou escravizar nas limpezas. Até porque eu detesto limpezas, embora goste de uma casa limpa e de ter a minha casa limpa.

Preocupa-me mais uma casa que cheire notavelmente a cão. Não gosto mesmo e por isso tenho a preocupação de escovar a Cereja com regularidade e arejar mais a casa. Escovar com regularidade evita a queda acentuada do pêlo e minimiza o cheiro. Com as toalhitas  limpo algumas manchas de sujidade no pêlo e evito dar banho, porque os banhos só acentuam o problema do pêlo e do cheiro.


É maravilhoso ter cão, há um conjunto de rotinas, hábitos, formas de ser e estar que se criam com o animal que estreitam a relação entre espécies, entre os donos e os seus animais de estimação. É maravilhoso para quem está preparado para todas as mudanças.

É impossível não criar uma relação de amor com estes patudos.

São tantas as coisas incríveis que ela faz que se torna difícil não criar um vínculo forte com o nosso animal.

Como se costuma dizer só lhe falta falar. Ela falar não fala. Mas é uma excelente comunicadora à sua maneira. 

Quando quer brincar, vai buscar um dos seus bonequinhos ao cesto e vai ter com o dono ou com a dona.
Na sala gosta de se deitar na sua cama mala. À noite, quando os donos se deitam gosta de companhia e vai para a sua segunda cama.
Ali passa a noite toda a dormir. De manhã cedo, acorda e salta para os pés da cama dos donos, onde já está uma mantinha estrategicamente colocada para a Cereja. Aí fica aninhada até alguém se levantar e a levar à rua. Não chateia ninguém.
Quando volta da rua já sabe que há rituais de higiene a cumprir e levanta, à vez, cada uma das suas patinhas dianteiras e traseiras para os donos limparem.

Poderia estar aqui a falar da Cereja e como eu a adoro e já não me imagino sem ela. Como ela é uma fantástica companhia e uma ótima terapia no final de um dia de trabalho cansativo e com algumas chatices pelo meio. Podia. Mas o post não teria fim. 

Esta miúda saiu-me melhor que a encomenda. É gira, asseada, obediente, amorosa, mimosa, super querida, super inteligente, esperta, cheia de vida. É mesmo uma Cereja no topo do bolo. São 5, 5 kg de amor verdadeiro e coração cheio.

Que mais posso dizer... Confirmar que adotar cães adultos tem as suas vantagens. Já se conhece o comportamento, temperamento do animal. Muitas das regras já estão aprendidas. Aprendem tudo muito rápido. Para algumas pessoas ter um cachorro é mais engraçado, pelo tamanho e pelas traquinices que faz. Mas é preciso não esquecer que requer muito mais trabalho, tempo e empenho da nossa parte para o ensinar naquelas coisas mais básicas. 

Aqui podem esclarecer algumas velhas dúvidas de quem quer adotar ou ter cão pela primeira vez.

Já sabem que na página do facebook da Cereja (aqui) há sempre mais novidades para quem quiser acompanhar.

Beijinhos e continuação de boa semana.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Tarte Outonal de Maçã e Amêndoa

O outono está aí e as primeiras as folhas já caem das árvores, os dias estão mais pequeninos... todo o universo se sintoniza na nova estação do ano.

São muitas as frutas da época, mas as que têm abundado em quantidade cá por casa têm sido as maçãs.

Têm vindo do pomar dos meus sogros e são de produção biológica.

Como a Cereja gosta muito de maçãs, tenho aproveitado para combater a preguiça e comer mais maçãs do que o costume.

Em 15 dias já fiz por duas vezes a tarte que vos trago hoje.

Confesso que não era particularmente fã de tartes de maçã. Achava-as sempre demasiado enjoativas. Razão pela qual nunca me tinha motivado a fazer nenhuma tarte do género.

Mas desta vez e com tantas maçãs cá por casa resolvi arriscar e inventar um bocadinho e fazer uma receita fácil e saborosa.


Porque foi um sucesso a primeira, resolvi fazer este fim de semana uma nova tarte para levar para um almoço de família. Não sobrou fatia.
É leve, húmida, e nada enjoativa. É deliciosa.

Podemos acompanhar o café com uma fatia desta tarte, como podemos transformá-la numa sobremesa a acompanhar uma bola de gelado de nata. Seja como for comida, vale a pena a prova e a degustação :)

Vamos então à receita que algumas leitoras tanto pediram no facebook.

Tarte Outonal de Maçã e Amêndoa
Ingredientes

1 base de massa folhada 

4 a 5 maçãs

sumo de 1/2 limão

100 gr. de açúcar mascavado

50 gr de farinha

3 ovos

2 colheres de sopa de vinho do Porto

1 colher de chá de canela

1 chávena de leite

amêndoas laminadas q.b.

açúcar amarelo e canela para polvilhar

Preparação:

1) Forrar uma tarteira com a massa folhada e picar o fundo com um garfo

2) Descascar as maçãs e cortar em quartos e depois cortar cada quarto em fatias finas. 

3) Dispor de forma homogénea as fatias na tarteira e regar com o sumo de limão.

4) Numa taça bater os ovos com o açúcar. Adicionar os restantes ingredientes e bater bem.

5) Verter o preparado sobre a fruta e polvilhar com amêndoa laminada, açúcar amarelo e canela.

6) Levar a forno pré aquecido a 180ºC durante 60 minutos ou até o topo da tarte estar dourada.

Beijinhos e uma boa semana :)