terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A capa de lã

Nunca nada que decido fazer acaba conforme o idealizado.

No que diz respeito a projetos pessoais de trazer por casa, tenho o péssimo hábito de nunca planificar o trabalho.

Começo, arranco, porque não há tempo a perder quando a vontade chega de repente (não vá o vento mudar de direção e ficar só pelas intenções).

Assim, quando tenho uma ideia, essa ideia nunca é lá muito bem definida. É sempre uma nuvem muito turva que se vai concretizando, conforme se vai fazendo e que quase sempre vai mudando sempre que surgem as dificuldades, os imprevistos mais que previstos, as ideias novas que atropelam de repente as mais antigas. Não raras vezes desvio-me da ideia inicial. É como alguém que decide ir de férias para o Algarve. Sai de casa, põe-se a caminho pela A2 e de repente lembra-se que até era mais giro trocar a praia pelas montanhas. Sai da autoestrada do sul e mete-se na autoestrada do norte. Eu sou muito assim...

Foi isso que aconteceu com os dois novelos de lã grossa matizada.

Aqueles dois novelos teriam de chegar para fazer qualquer coisa para a Cereja.

Pensei num casaco de malha, mas eu não sei fazer remates, cós, golas, punhos, casas para botões. Era meter-me em terreno de areias movediças. 

Optei pelo tricô e inicei, sem saber muito bem o que iria resultar dali.



Como a lã era matizada, criando já por si um efeito gradativo de cores, decidi fazer apenas o ponto simples dos pauzinhos.

Um retângulo, sem grande ou nenhuma objetividade  nas medidas, que apenas estreita um pouco na zona do pescoço e que leva uma banda que irá passar por baixo da barriga do animal a prender do outro lado e outra banda mais fina na zona do pescoço que prende da mesma forma. Nada mais simples.

Como prender a capa? Com botões. Peguei num jogo de botões de madeira com o desenho de dois mochos e apliquei na capa.


Para criar um efeito estético mais bonito e não tão quadradão dobrei as duas pontas do retângulo na zona baixa da capa e apliquei dois botões fixos.

Para os restantes não foi preciso criar casinhas porque a própria malha do tricô em pauzinhos facilitou todo o processo e criou naturalmente a quantidade de casinhas de botões que eu quisesse.

Capa aberta
Banda a prender ao pescoço
Toda a capa fechada
Vista superior da capa fechada

A Cereja aprovou esta capinha tão quentinha e tão fácil de vestir e despir.

Gastei os dois novelos de lã e terminei quando já não havia mais lã a tricotar.




Uma capa de lã ajustada e feita à justa ;)

Uma capa tão fácil de executar e tão prática de usar.

Uma ideia gira e muito útil para os nossos patudos usarem naqueles dias mais frios.

Beijinhos e continuação de boa semana.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A camisola dos losangos rosa

Este fim  de semana esteve chuvoso e frio.

Bons motivos para ficar mais em casa, no quentinho, e arranjar coisas giras para fazer. 

Altura ideal para colocar em prática algumas ideias/projetos que vou tendo e que ficam guardados na gaveta à espera do dia em que ganham forma, corpo, realidade. 

Foi isso que aconteceu à camisola dos losangos rosa que veio cá parar.


Esta camisola com as lavagens encolheu e deixou de servir à minha irmã. Passou de um S para um XS. Pedi para ficar com ela. A ideia era reciclar. Criar uma nova peça de vestuário, uma camisola para a minha cadelinha. Os dias de frio estão a chegar e os cães também gostam de aconchego como nós.

Cortei a malha e cosi à máquina, sempre do avesso em ponto simples, a direito.

Quem não tem máquina também pode costurar à mão.

Não está perfeita, porque não está. Pouco ou nada sei de costura. Sou uma autodidata que nunca se dedicou ao assunto com afinco. Mas para primeiro projeto deste tipo fiquei orgulhosa.

Tentei fazer da maneira que me pareceu mais simples.

Não fiz molde. Apenas me limitei a tirar as medidas:

- à volta do pescoço;
- do pescoço (topo) até à zona das costas que corresponde ao fundo da barriga;
- à volta da barriga (para determinar a largura da camisola)
- do pescoço até meio do peito onde começam as patinhas;
- distância entre patinhas.
- diâmetro das patinhas.

Tendo a noção destas medidas cortei a camisola e separei cós, golas, punhos.


A camisolinha da Cereja é a junção de duas peças de tecido.

Fiz o seguinte esquema para que possam percecionar melhor aquilo que foi feito.


Basicamente cortei um quadrado/retângulo da parte do tecido que tinha o padrão.

Esse pedaço (tecido 1) é dobrado de um lado e do outro. Essas dobras vão cobrir as laterais da barriga do cão.

O tecido 2 vai cobrir a barriga do cão e é costurado às duas abas, deixando apenas sem costura as zonas que correspondem aos orifícios das patinhas.

Estreitei os ombros, cosendo o excesso de tecido a retirar e cortando o que estava a mais. A medida que fica é apenas a da largura do pescoço.


Aconselho a arredondar com uma tesoura essa zona (a que ficará no dorso) para que a gola assente melhor no animal.

Apliquei a gola, o cós e os mini-punhos, sem fazer propriamente manga. Serviu-me de ajuda e inspiração o próximo vídeo (ver a partir do minuto 3.45).



Para que a zona do cós ficasse mais ajustada ou cintada, franzi com linha, na mesma cor da malha, e à mão, a zona do cós do tecido 2.

O resultado final é este:


Tal como podem observar na imagem da esquerda a gola foi arredondada na parte de cima (dorso). Este passo não aparece no esquema.

Acho que a Cereja ficou com uma camisolinha bem fofinha e gira. 

É uma ideia que pode inspirar outro género de reciclagens: aproveitar aquilo que já não serve para criar novas peças e poupar. 

Com a camisola vestida a Cereja fica tão mimosa e janota que nem dá vontade de lha tirar :)
Beijinhos e continuação de boa semana.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

53 dias de Cereja

Hoje esta casa faz 53 dias de Cereja. 1 mês e 23 dias.

São várias as pessoas que me têm perguntado como tem corrido esta fase. Que me colocam dúvidas. Que também pensam adotar um animal já adulto, etc...

A todas tenho respondido dentro do pouco que sei mas sobretudo à luz da minha experiência.

Uma nova vida entrou cá em casa. Um cão é um animal para a vida e nunca se deve tomar a decisão de ter um cão de ânimo leve. A família alargou, porque definitivamente um cão que é estimado pelos seus donos passa a ser mais um membro.




É preciso ter tempo e condições para dar a um cão. Para o educar, treinar, brincar, cuidar, levar à rua, passear, levar ao veterinário, etc.

As rotinas mudaram. Aqui em casa muitas coisas mudaram. Era previsto.


Agora há que levantar muito mais cedo de manhã para levar a Cereja ao passeio matutino. Se antes acordava com 1 hora de antecedência, passei a  levantar-me 2 horas antes de sair de casa para ir trabalhar.

Claro que à noite estou muito mais cedo cansada e com sono. E  assim mais cedo me vou para o vale dos lençóis.


Ao fim de semana não há cá a ideia de ficar com o rabo na cama até tarde. Ainda que possa ficar 1 a 2 horas a mais na cama, existe a preocupação de não me esticar indefinidamente na ronha porque a Cereja precisa de ir fazer o seu xixi e cocó. Já aconteceu vestir-me, levá-la à rua e voltar para a cama.

Desde o início que as idas à rua se fazem pela escada do prédio. Moro num 3° andar. Bom pretexto para subir e descer as escadas várias vezes ao dia, ao invés de utilizar o elevador. Bom pretexto para exercitar as pernas, fazer algum exercício pré e pós passeio, que também é uma forma de exercício e de descontração para as duas.

Ter cão é voltar a redescobrir o bairro onde se mora. Reparar em pormenores nunca antes vistos. Passamos a ir a lugares onde não íamos e a ver coisas que antes não existiam para nós.


Com a vinda da Cereja cá para casa o meu bairro cresceu em ruas, em jardins e outros espaços.

Já descobri macieiras, romanzeiras, medronheiros, pereiras, physalis, hortelã, alfazema, alecrim e salsa na via pública.

Nunca falei com tantas pessoas desconhecidas como agora ao ponto de nos voltarmos a reencontrar e cumprimentar quase em jeito de festa.

Falo sobretudo dos outros donos de cães. O meu bairro cresceu em número de cães. Acredito que antes da Cereja eles já existiam. Eu é que nunca os tinha visto ou sequer reparado. O mundo e a vida são mesmo feitos de ângulos e perspetivas.

E são muitos aqueles que já passaram a fazer parte do nosso dia a dia.

É o Chico, o Rochie, a Rita, a Marisa, o Lucas, o Zuki, o Snoopy, o Freddy, o Tobias... só para identificar alguns dos cães do meu quarteirão. Ao final da tarde é quando encontramos mais cães a passear. Por vezes os encontros mais parecerem tertúlias canídeas. Acaba por ser uma forma de socialização numa urbanização-dormitório onde cada um chega e sai de sua casa e não conhece ninguém, não fala com ninguém para lá do simples cumprimento que faz parte das regras da boa educação. 

A casa ganhou pêlo. Ok, ganhou pêlo. Estranho era se ganhasse penas. Isto para dizer que no início havia a preocupação constante de andar a limpar o chão a toda a hora. Obviamente torna-se inviável quando se trabalha. A pouco e pouco passamos a relativizar. A casa anda limpa dentro do possível. Tem pêlo, mas se eu não quisesse pêlo não tinha arranjado um cão para dentro de casa. Tão simples quanto isso.

Portanto, limpo quando posso e quando tenho vontade mas não me vou escravizar nas limpezas. Até porque eu detesto limpezas, embora goste de uma casa limpa e de ter a minha casa limpa.

Preocupa-me mais uma casa que cheire notavelmente a cão. Não gosto mesmo e por isso tenho a preocupação de escovar a Cereja com regularidade e arejar mais a casa. Escovar com regularidade evita a queda acentuada do pêlo e minimiza o cheiro. Com as toalhitas  limpo algumas manchas de sujidade no pêlo e evito dar banho, porque os banhos só acentuam o problema do pêlo e do cheiro.


É maravilhoso ter cão, há um conjunto de rotinas, hábitos, formas de ser e estar que se criam com o animal que estreitam a relação entre espécies, entre os donos e os seus animais de estimação. É maravilhoso para quem está preparado para todas as mudanças.

É impossível não criar uma relação de amor com estes patudos.

São tantas as coisas incríveis que ela faz que se torna difícil não criar um vínculo forte com o nosso animal.

Como se costuma dizer só lhe falta falar. Ela falar não fala. Mas é uma excelente comunicadora à sua maneira. 

Quando quer brincar, vai buscar um dos seus bonequinhos ao cesto e vai ter com o dono ou com a dona.
Na sala gosta de se deitar na sua cama mala. À noite, quando os donos se deitam gosta de companhia e vai para a sua segunda cama.
Ali passa a noite toda a dormir. De manhã cedo, acorda e salta para os pés da cama dos donos, onde já está uma mantinha estrategicamente colocada para a Cereja. Aí fica aninhada até alguém se levantar e a levar à rua. Não chateia ninguém.
Quando volta da rua já sabe que há rituais de higiene a cumprir e levanta, à vez, cada uma das suas patinhas dianteiras e traseiras para os donos limparem.

Poderia estar aqui a falar da Cereja e como eu a adoro e já não me imagino sem ela. Como ela é uma fantástica companhia e uma ótima terapia no final de um dia de trabalho cansativo e com algumas chatices pelo meio. Podia. Mas o post não teria fim. 

Esta miúda saiu-me melhor que a encomenda. É gira, asseada, obediente, amorosa, mimosa, super querida, super inteligente, esperta, cheia de vida. É mesmo uma Cereja no topo do bolo. São 5, 5 kg de amor verdadeiro e coração cheio.

Que mais posso dizer... Confirmar que adotar cães adultos tem as suas vantagens. Já se conhece o comportamento, temperamento do animal. Muitas das regras já estão aprendidas. Aprendem tudo muito rápido. Para algumas pessoas ter um cachorro é mais engraçado, pelo tamanho e pelas traquinices que faz. Mas é preciso não esquecer que requer muito mais trabalho, tempo e empenho da nossa parte para o ensinar naquelas coisas mais básicas. 

Aqui podem esclarecer algumas velhas dúvidas de quem quer adotar ou ter cão pela primeira vez.

Já sabem que na página do facebook da Cereja (aqui) há sempre mais novidades para quem quiser acompanhar.

Beijinhos e continuação de boa semana.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Tarte Outonal de Maçã e Amêndoa

O outono está aí e as primeiras as folhas já caem das árvores, os dias estão mais pequeninos... todo o universo se sintoniza na nova estação do ano.

São muitas as frutas da época, mas as que têm abundado em quantidade cá por casa têm sido as maçãs.

Têm vindo do pomar dos meus sogros e são de produção biológica.

Como a Cereja gosta muito de maçãs, tenho aproveitado para combater a preguiça e comer mais maçãs do que o costume.

Em 15 dias já fiz por duas vezes a tarte que vos trago hoje.

Confesso que não era particularmente fã de tartes de maçã. Achava-as sempre demasiado enjoativas. Razão pela qual nunca me tinha motivado a fazer nenhuma tarte do género.

Mas desta vez e com tantas maçãs cá por casa resolvi arriscar e inventar um bocadinho e fazer uma receita fácil e saborosa.


Porque foi um sucesso a primeira, resolvi fazer este fim de semana uma nova tarte para levar para um almoço de família. Não sobrou fatia.
É leve, húmida, e nada enjoativa. É deliciosa.

Podemos acompanhar o café com uma fatia desta tarte, como podemos transformá-la numa sobremesa a acompanhar uma bola de gelado de nata. Seja como for comida, vale a pena a prova e a degustação :)

Vamos então à receita que algumas leitoras tanto pediram no facebook.

Tarte Outonal de Maçã e Amêndoa
Ingredientes

1 base de massa folhada 

4 a 5 maçãs

sumo de 1/2 limão

100 gr. de açúcar mascavado

50 gr de farinha

3 ovos

2 colheres de sopa de vinho do Porto

1 colher de chá de canela

1 chávena de leite

amêndoas laminadas q.b.

açúcar amarelo e canela para polvilhar

Preparação:

1) Forrar uma tarteira com a massa folhada e picar o fundo com um garfo

2) Descascar as maçãs e cortar em quartos e depois cortar cada quarto em fatias finas. 

3) Dispor de forma homogénea as fatias na tarteira e regar com o sumo de limão.

4) Numa taça bater os ovos com o açúcar. Adicionar os restantes ingredientes e bater bem.

5) Verter o preparado sobre a fruta e polvilhar com amêndoa laminada, açúcar amarelo e canela.

6) Levar a forno pré aquecido a 180ºC durante 60 minutos ou até o topo da tarte estar dourada.

Beijinhos e uma boa semana :)

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Biscoitos caseiros e saudáveis para os nossos cães

Desde que a Cereja veio cá para casa que tenho a preocupação de não lhe dar comida nossa que possa prejudicá-la em termos de saúde em geral porque quero a minha canita com uma saúde de ferro.


Ela bem pede, implora, mas não tem muita sorte. Fica feliz quando lhe calham umas migalhas aqui, umas vezes umas lasquinhas dali, mas só um cheirinho para não ficar aguada.

Foi nessa ordem de ideias que já me tinha ocorrido fazer um dia destes uns biscoitos caseiros, uma gulodice saudável, já que os snacks e biscoitos de cão têm tantos açúcares, aditivos, intensificadores de sabores, corantes e conservantes.

Procurei primeiro pesquisar ingredientes que fossem benéficos para a saúde dos nossos cães e depois conjuguei essa informação com os alimentos que eu já sabia de antemão que a Cereja gostava.

E assim resultaram estes biscoitos que ficaram deliciosos, a julgar pelo comportamento da Cereja que fica louca quando lhos dou. Ver aqui.

Procurei fazer uma receita muito simples mas com ingredientes que fossem de boa qualidade e bastante naturais, porque a mais valia dos biscoitos caseiros é podermos elevar a qualidade dos ingredientes que estão na base da sua composição e torná-los realmente bons tanto em sabor como em benefícios para a saúde em geral dos nossos cãezinhos.


Ingredientes:

1 banana 
1 ovo
1 chávena de flocos de aveia
2 chávenas de farinha integral ou de sementes
1 colher de sopa de óleo de coco virgem
1 colher de sopa de manteiga de amendoim orgânica
2 colheres de chá de sementes de linhaça
1 colher de chá de canela em pó

Preparação:

1) esmagar a banana com um garfo e numa tigela misturar todos os ingredientes, exceto a farinha.

2) acrescentar e incorporar aos poucos a farinha até a massa deixar de colar às mãos.


3) polvilhar com farinha uma superfície lisa e estender a massa com um rolo.


4) cortar a massa com uma ou mais forminhas pequenas ou então fazer pequeninas bolinhas de massa e achatar com um garfo.


5) dispor os biscoitos num tabuleiro forrado com papel vegetal ou outra película antiaderente e levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 15 minutos ou até os biscoitos ficarem ligeiramente dourados e rijos.



Deixar arrefecer e armazenar num recipiente hermético.

Adianto-vos que a massa rendeu-me 54 biscoitos. Uma quantidade generosa para durar uns bons dias.

A minha Cereja adorou e hoje já lhe dei uns 3 ou 4 como miminho.

Estes biscoitos são realmente deliciosos e ela fica louca para conseguir sempre mais um :)

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Tratar naturalmente o herpes labial

Eu sou uma das infelizes contempladas que em criança contraiu herpes labial. Apesar de ser possível contrair o vírus na idade adulta, a probabilidade é bem maior quando se é criança. O contágio faz-se a partir de fluídos corporais infetados.

E uma vez com herpes labial, toda a vida com herpes labial. 

A partir do momento em que se contrai o vírus ele passa a ser um hospedeiro indesejado no nosso corpo. A maior parte do tempo dorme, e não há lembrança que ele lá está. Mantem-se latente mas inativo. Depois quando encontra uma janela aberta, ele acorda. Basta uma fase de maior stress, cansaço, debilidade física ou psicológica para ele se espreguiçar e ficar ao rubro.

Quem padece deste mal, sabe o quanto é chato, incómodo, às vezes doloroso e altamente inestético.

Primeiro começa-se com uma sensação de ardor, formigueiro ou comichão numa zona específica do lábio que passa a apresentar um ligeiro inchaço. 

Herpes labial

Depois começam a aparecer pequeninas vesículas vermelhas cheias de líquido. A seguir estas fundem-se e formam uma crosta amarelada que só sara dentro de cerca de duas semanas. Sendo a boca uma zona naturalmente húmida pelo contacto com a saliva, líquidos e comida a crosta muitas vezes cai, a ferida sangra e todo o processo de cicatrização torna-se muito moroso.

Não existe cura, mas existem tratamentos que podem ajudar a abrandar a fase ativa do vírus, a diminuir o tempo de recuperação e até a prevenir o seu aparecimento.

Lembro-me que um dos meus maiores receios é que o herpes labial me atacasse em véspera de casamento. Então para evitar tal infortúnio tomei um medicamento para prevenir e ter a garantia que ele não me iria visitar nesta altura.

Em termos de tratamento o mais conhecido é o Zovirax em pomada que pode ser aplicado diariamente para aliviar os sintomas e também aqueles pensos invisíveis, tipo Compeed. 

Comigo esses tratamentos sempre foram uma treta. Nunca surtiram grande efeito.

Já experimentei de tudo. Desde os medicamentos passando pelas mesinhas. A aplicação de gelo aos primeiros sintomas, esfregar cinzas de cigarro, sumo de limão. Eu sei lá, já perdi a conta...

Mas aquele que melhor resultou comigo foi o alho.

Garlic cloves … do you know your varieties?

O alho é um poderoso antibiótico natural. É excelente para infeções porque atua como desinfectante, anti-fungíco e bactericida.

Logo aos primeiros sinais de herpes labial corto um dente de alho ao meio e esfrego a parte interior na zona infectada durante alguns segundos. Pouco depois começo a sentir um ardor. A parte húmida do alho, aquele suco natural, já penetrou na pele e começa a fazer efeito. O herpes para de se desenvolver e começa a secar.

Para mim é excelente e surte mesmo efeito.

Ainda no sábado de manhã dei conta que o meu vírus tinha acordado e ataquei-o com alho. Apliquei apenas duas vezes o mesmo alho. O herpes estagnou. Basta cortar uma fatia fininha no dente de alho já usado, para voltarmos a ter o alho fresco e em condições para aplicar novamente. Não há necessidade a cada aplicação de usar um dente de alho novo.

Beijinhos e boa semana.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A placa identificativa DIY

Há uns meses encontrei duas tábuas de madeira ao lado do caixote do lixo.

Umas simples tábuas de madeira que podia lá ter deixado ficar porque não tinha qualquer destino pensado para lhes dar. Vacilei. Trago ou não trago? Acabei por trazer.

A próxima foto é uma das tábuas em madeira crua que ontem fui buscar para concretizar uma ideia que de repente se me aflorou ao pensamento.


Pintei-a com tinta azul celeste acrílica que já tinha cá por casa. Uma demão chegou porque queria que ficasse com um aspeto mais tosco. Um estilo mais provençal.


A seguir fui buscar umas letras em esponja e autocolantes que comprei numa loja dos chineses há séculos. Escolhi as letras que me interessavam e colei no meio da tábua o nome da Cereja.


Mas como queria as letras em branco para contrastarem com o fundo, peguei num pequeno rolinho de esponja e pincelei-o com tinta branca. Foi só passar por cima das letras que já estavam coladas.


A seguir imaginei que a placa deveria expressar de forma absoluta e inequívoca a sua identificação. Fui à internet e pesquisei silhuetas de patinhas de cão.

Escolhida que estava o tipo de patinha, diretamente do écrã copiei para papel vegetal o desenho.


Demarquei bem a lápis e fiz o decalque em ambos os lados da placa.


Queria que o aspeto das patinhas não ficasse demasiado desenhado e pintado. Na minha cabeça imaginei que ficaria mais giro se os dois desenhos parecessem as impressões digitais de uma pata de cão.

Então lembrei-lhe de ir buscar as aguarelas.

Com o pincel molhado fui preenchendo e contornando os dois desenhos. Com o meu próprio dedo indicador fui retirando o excesso de tinta.


E agora a placa já está no lugar que imaginei para ela. 

Sobre a cama da Cereja e no lugar onde dorme e descansa diariamente :)




Beijinhos e continuação de boa semana :)

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A Cereja no Facebook

Esta cadela chegou cá há uma semana e já tem uma quantidade de amigos que perguntam por ela e que querem muito saber notícias suas.

Com tanto sucesso, pediu aos donos para abrir uma página no Facebook, uma página só sua, onde comunica com os seus fãs. Uma página onde a Cereja é a protagonista :)


(Clicar na imagem para aceder à página)

Uma semana de Cereja

Já toda a gente sabe quem é a Cereja. Algumas pessoas já me perguntaram como é que foi esta semana com a Cereja. Percebo a curiosidade e tentarei responder neste post.

Mas antes de avançar quero partilhar que neste sábado, uma semana depois da Cereja ter vindo cá para casa, oficializámos a adoção desta canídea :) Foi um dia muito importante para ela e para nós e ao mesmo tempo muito emocionante. Foi a altura de se despedir do sítio e da família de acolhimento temporário com quem viveu nos últimos meses. 

A Cereja é uma jovem cadela com 1 ano. Uma podengo português que nasceu na rua e foi apanhada e levada para um canil. No canil permaneceu durante alguns meses até que se decidiu que iria para abate. Nessa altura a Associação AdoroMimos foi buscá-la a ela e a mais 4 cães. Todos foram batizados com nomes de frutas. O nome Cereja não foi dado por nós. Mas calhou bem porque adorámos e mantivemos a sua identidade.

Foi levada para uma FAT e passou a viver numa box de  1 m2 numa loja de animais. Tinha sorte porque a traziam à rua para fazer as necessidades e ainda brincar durante alguns minutos.

A Cereja sendo um cão de rua poucas ou nenhumas regras tinha. Nunca foi ensinada. No dia em que cá chegou parecia um touro a descobrir a casa. Uma correria, atirou-se para cima da cama, do sofá. Estava imparável. Com uma energia completamente descontrolada.

A primeira reação da nossa parte foi ralhar e mandar parar. Pior a emenda que o soneto. Ela  ainda fazia pior. Desafiava-nos mesmo! Rapidamente percebemos que o registo não podia ser aquele. Calmamente começámos a usar o "Não" sem gritaria, mas de forma firme e assertiva. Inteligente como ela é, acalmou. Foi acalmando aos poucos. Depois de duas ou três vezes percebeu que não podia subir ao sofá ou à nossa cama. A verdade é que nem na nossa casa, nem na casa de outras pessoas ela tenta subir a estes lugares. Deixou de se interessar minimamente pelo sofá. Adora a sua caminha e é para onde vai  e fica quando quer descansar.

Fez um xixi no primeiro dia na carpete da sala. Depois do raspanete não voltou a fazê-lo. 

Dois dias depois, na casa da minha irmã apanhou o caixote de lixo entreaberto e lambeu uma embalagem vazia de iogurte. Ficou com diarreia nesse dia. Como teve de ficar sozinha durante várias horas, quando voltei a casa tinha um cocó diarreico no meio da cozinha. Nem ralhei. A bichinha estava aflita. Se até nós quando estamos em dias apertados não nos aguentamos, quanto mais ela.

A partir daí tem sido sempre muito asseadinha. Não faz nada em casa. Nada!

Brincar, só brinca com os brinquedos dela. Só pega nesses. Nunca se interessou por sapatos, móveis, fios de portáteis, carregadores de telemóveis ou outros objetos cá de casa que estão sempre à mão de semear. Adora os seus bonequinhos e quando quer brincar connosco vai à caminha dela buscar a sua bonecada para a divisão onde estivermos. E depois desafia-nos à brincadeira. 

É de uma meiguice extrema. Foi sempre assim desde o início. Nunca nos rosnou. Gosta de socializar com os outros cães e gosta de crianças. Ao mesmo tempo é uma cadelinha muito independente.

Não chora, ladra ou arranha portas quando fica em casa sozinha. É realmente de um temperamento espetacular.


Nos três primeiros dias e por que vinha mal habituada não pegava na ração dela. Embora estivessemos cheios de peninha dela, não vacilámos. Não queriamos habituá-la a comer comida que não fosse a apropriada para ela. Era certo que depois se recusaria a comer a ração. E a ração é a comida mais completa para um cão e a mais saudável. A informação que tinhamos é que um cão pode mesmo fazer greve durante algum tempo. Ela também fez, mas com a fome acabou por ceder. Sim, emagreceu. Notámos isso. Mas agora come lindamente a ração e nem é preciso estar com outras estratégias e artimanhas.

Aqui em casa é uma autêntica sombra. Segue-nos para todo o lado. Nunca falei tanto sozinha como agora. O que eu me farto de falar quando estou com ela. 

Já começa a obedecer aos comandos que lhe damos. Já a mandamos sentar e ela senta. Aprende rápido com o reforço positivo. Quando ela faz bem, nós usamos um clicker e recompensamos sempre com um biscoito, ração ou com festas. Quem tem cães sabe que um clicker serve para aplicar o condicionamanto clássico do Pavlov no momento das aprendizagens. Quando o cão faz bem aquilo que lhe pedimos, ouve o sinal do clicker e de seguida é recompensado com alguma coisa que gosta. E rapidamente passa a fazer a associação dos dois estímulos e passa a responder às ordens. O nosso clicker é uma tampa de uma garrafa de conserva. Assim não precisámos de comprar nenhum clicker, à venda em PetShops. 

Estamos felicíssimos da vida porque acho que tivemos imensa sorte com esta Cerejinha. É impecável cá em casa e é de uma doçura que nos derrete o coração.

Mas ainda não sabe andar na rua. Está a aprender e vai levar o seu tempo. Mas com muita paciência e persistência da nossa parte ela chega lá. Assim espero. 

Embora as coisas estejam a melhorar com o tipo de recompensas que passámos a oferecer-lhe, na rua a Cereja é outra cadela. Completamente diferente da Cereja cá de casa. Fica bloqueada com os infinitos estímulos  que  tem à disposição. Não procura nem responde a festas e carinhos nossos. Fica desvairada, super excitada. Ao ser chamada ignora. Rejeita os biscoitos que em casa são extremamente tentadores. Está sempre a puxar a trela e não obecede às ordens. Se fosse um cão de grande porte, de certo que arrastava os donos no passeio. Não sabe caminhar ao nosso lado. 

Com o treino ela chega lá e já começa a dar mostras que consegue. Tivemos de trocar o petisco. Temos associado o clicker ao petisco no momento em que ela faz aquilo que lhe pedimos. Começa a resultar. Ela tem de perceber que não é ela que nos leva a passear, mas nós a ela. Não é ela que manda, que é a líder. São os donos que são os líderes da matilha.

Esta semana tem sido intensa e muito cansativa. Chego à noite rota, mas tem sido maravilhosa a nossa convivência com a Cereja. Estamos felicíssimos com esta adoção. É uma cadela extremamente agradecida. Adaptou-se muito rapidamente a nós e nós já não nos imaginamos sem ela. 

Desejos de uma boa semana e muitos lambijinhos da Cereja :)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A caminha da Cereja

Quando a Cereja cá chegou e porque vinha à experiência eu tinha de lhe arranjar uma caminha com o que tinha cá por casa.

A primeira coisa que me ocorreu foi usar um tabuleiro azul que comprei quando vim para esta casa para colocar em monte a roupa engomada. Daquelas compras que não me serviram para nada porque se usei o tabuleiro uma vez foi muito.



Entretanto lembrei-me de uma das malas velhas que tenho como elemento decorativo no corredor dos quartos.

Fui buscá-la e troquei o tabuleiro por esta nova "velha" caminha. A Cereja gostou logo da troca.


Depois achei que a mala embora tivesse um ar engraçado e muito vintage, com os autocolantes que lhe colquei a fazer lembrar uma daquelas malas muito viajadas (podem ver aqui a reciclagem que fiz quando comprei as duas malas). Mas eu cá com os meus botões achei que a mala estava velha, gasta e pouco mimosa para a minha Cereja.

E foi assim que surgiu a ideia de reciclar a mala. Dar-lhe um ar menos pesado, mais fresh e clean, mais mimoso, sem entrar em grandes exageros.

Retirei os autocolates todos e limpei-a. Arranquei toda a zona do forro superior.

Aqui já tinha começado a retirar os primeiros autocolantes


Peço desculpa, mas não tirei fotos das várias fases porque estava com pressa em terminar a reciclagem para que o P. visse a cama pronta quando chegasse do trabalho e a Cereja pudesse dormir na sua caminha ainda nesse dia. Mas tentarei explicar todo o processo.

Depois fui à garagem buscar restos de tinta da marca Bondex para pintura de interiores, que tinha utilizado quando reciclei a cómoda do meu quarto (ver aqui). Com 3 demãos pintei a mala de branco areia.


A seguir fui buscar restos de tecido. Decidi manter a ideia/o conceito da bolsinha que a mala já tinha.


Então como é que eu fiz? Com a máquina de costura foi só pregar um retalho mais pequeno de tecido a um maior.

Em vez de fixar diretamente o tecido maior, com o retalho já cosido, no próprio tampo da mala, peguei num daqueles antigos calendários de secretária de plástico, que por acaso encaixava lindamente no tampo. Só precisei de cortar uma tira em baixo.


Resolvi forrá-lo com o tecido, usando cola branca para toda a superfície e por trás reforcei com cola quente no rebordo. Aqui foi importante que o tecido fosse maior que o painel para poder dobrar o tecido e rematar por detrás do calendário. E fiquei com um painel. Nessa altura a tinta já estava seca, pois seca muito rapidamente entre demãos. Fixei o painel ao tampo com cola quente que apliquei apenas nas pontas do painel.

Ficou logo com uma caminha renovada, de cara lavada. Acho que ficou muito mais gira para a minha Cereja.



Além disso, não gastei um tostão com a caminha dela porque foi só aproveitar materiais que já tinha cá por casa.

A verdade é que a minha Cereja é uma princesa e precisava de uma caminha mais fofa e querida :)




Beijinhos e lambijinhos da Cereja para todos vós :)