terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A capa de lã

Nunca nada que decido fazer acaba conforme o idealizado.

No que diz respeito a projetos pessoais de trazer por casa, tenho o péssimo hábito de nunca planificar o trabalho.

Começo, arranco, porque não há tempo a perder quando a vontade chega de repente (não vá o vento mudar de direção e ficar só pelas intenções).

Assim, quando tenho uma ideia, essa ideia nunca é lá muito bem definida. É sempre uma nuvem muito turva que se vai concretizando, conforme se vai fazendo e que quase sempre vai mudando sempre que surgem as dificuldades, os imprevistos mais que previstos, as ideias novas que atropelam de repente as mais antigas. Não raras vezes desvio-me da ideia inicial. É como alguém que decide ir de férias para o Algarve. Sai de casa, põe-se a caminho pela A2 e de repente lembra-se que até era mais giro trocar a praia pelas montanhas. Sai da autoestrada do sul e mete-se na autoestrada do norte. Eu sou muito assim...

Foi isso que aconteceu com os dois novelos de lã grossa matizada.

Aqueles dois novelos teriam de chegar para fazer qualquer coisa para a Cereja.

Pensei num casaco de malha, mas eu não sei fazer remates, cós, golas, punhos, casas para botões. Era meter-me em terreno de areias movediças. 

Optei pelo tricô e inicei, sem saber muito bem o que iria resultar dali.



Como a lã era matizada, criando já por si um efeito gradativo de cores, decidi fazer apenas o ponto simples dos pauzinhos.

Um retângulo, sem grande ou nenhuma objetividade  nas medidas, que apenas estreita um pouco na zona do pescoço e que leva uma banda que irá passar por baixo da barriga do animal a prender do outro lado e outra banda mais fina na zona do pescoço que prende da mesma forma. Nada mais simples.

Como prender a capa? Com botões. Peguei num jogo de botões de madeira com o desenho de dois mochos e apliquei na capa.


Para criar um efeito estético mais bonito e não tão quadradão dobrei as duas pontas do retângulo na zona baixa da capa e apliquei dois botões fixos.

Para os restantes não foi preciso criar casinhas porque a própria malha do tricô em pauzinhos facilitou todo o processo e criou naturalmente a quantidade de casinhas de botões que eu quisesse.

Capa aberta
Banda a prender ao pescoço
Toda a capa fechada
Vista superior da capa fechada

A Cereja aprovou esta capinha tão quentinha e tão fácil de vestir e despir.

Gastei os dois novelos de lã e terminei quando já não havia mais lã a tricotar.




Uma capa de lã ajustada e feita à justa ;)

Uma capa tão fácil de executar e tão prática de usar.

Uma ideia gira e muito útil para os nossos patudos usarem naqueles dias mais frios.

Beijinhos e continuação de boa semana.