quarta-feira, 30 de junho de 2010

Compotas em 15 minutos


Há uma semana e picos que me tinham dado estes alperces cá para casa.

Até hoje de manhã nem um único tinha sido comido, e pelo aspecto com que estavam a ficar, não tardariam, daqui a poucos dias, a ir parar ao lixo.

Detesto deitar fora comida, fruta, tudo o que seja comestível, quando há tanta gente a querer e a não ter. Quando isso acontece, a minha consciência moral põe-se numa gritaria que nem imaginam. Acho que até os vizinhos a ouvem...

Vai daí, resolvi pela primeira vez na vida fazer doce de fruta, geleia, compota, como lhe queiram chamar.

É verdade, nunca antes tinha experimentado! Sei lá, nunca me deu para isso!

Mas como há sempre uma primeira vez para tudo, hoje achei que esta seria uma excelente forma de não deitar a fruta fora. Bastaria aproveitá-la para fazer doce e depois usá-lo das mais diversas formas - barrar bolachas, pão, tostas, servir com requeijão, etc...

Normalmente tenho sempre doce em casa, só que de compra.

Em poucos minutos descobri imensas receitas, mas só uma me prendeu verdadeiramente a atenção: fazer doce no microondas e em poucos minutos. Esta receita era a minha cara :)

Mas nem tudo são rosas. O grande senão de fazer doce no microondas é o facto de não dar para muita quantidade. Se se quer preparar doce com mais de 600 gr de fruta, aconselho a esquecerem esta receita.

No entanto, e em contrapartida, acho que é uma excelente receita para aproveitar pequenas quantidades de fruta. No meu caso vai mesmo ao encontro das minhas necessidades. E quem sabe de algumas de vocês. Por isso resolvi partilhar.

Posto isto, descasquei, descarocei e cortei aos pedaços os meus alperces. Pesei a fruta. Tinha 400 gr.

Para a quantidade de fruta que temos devemos usar a mesma medida de açúcar. Numa quantidade de 300/400 gr de fruta, nada nos impede de reduzir o açúcar se gostarmos mais. Porém, não devemos ir além das 100 gr a menos. Como o nosso doce não leva conservantes, é o açúcar que assumirá esse encargo. Se reduzirmos muito, ao fim de poucos dias teremos a nossa compota com bolor. Eu cá não quis ser radical e reduzi 50 gr :P

O tempo de cozedura varia entre os 15 e 20 minutos na potência máxima do nosso microondas.

Vamos então à receita?

Preparação:

1) Num pirex de vidro, largo e fundo, coloca-se a fruta cortada aos pedaços e por cima a mesma quantidade de açúcar. Os nossos ingredientes não devem ocupar mais de 1/3 da capacidade do recipiente. A ideia é evitar que o doce durante a cozedura e fervura saia por fora. Por essa razão não se deve utilizar um recipiente em plástico, porque o ponto do açúcar pode derretê-lo.


2) Levamos o nosso preparado ao microondas e de 5 em 5 minutos, com a ajuda de luvas, retiramos o pirex para fora e mexemos com uma colher-de-pau para garantirmos que a cozedura se faz de forma uniforme (durante este tempo estive entretida a fazer outras coisas que só largava quando o alarme do temporizador tocava).

3) No fim da cozedura a textura do nosso doce ainda pode parecer um pouco líquida, mas conforme vai arrefecendo começa a tornar-se cada vez mais espessa.


A quantidade de fruta que utilizei deu para encher dois frascos pequenos de doce (antes de os encher esterelizei-os por 1 minuto no microondas). Os que usei eram de compota de compra, que guardei quando o respectivo doce acabou.

Notas:
1) Eu fiz uma cozedura de 20 minutos. Antes de sair de casa já tinha o doce frio e, por isso, coloquei-o no frigorífico. Quando voltei, fui espreitar e estava bastante denso, mais um bocadinho estaria tipo marmelada. Eu gosto dele um pouco mais fluído, por isso para a próxima farei a cozedura em menos tempo. Também é certo que o tempo de cozedura e a densidade do doce dependem da fruta que utilizámos. Mas posso-vos garantir que em termos de paladar adorei.

2) Engraçado que enquanto estava morno pareceu-me muito doce, achei que estava um tanto ou quanto para o enjoativo. Mas depois de ter ido ao frigorífico está com um toquezinho ligeiro de agridoce. Para mim ficou divinal :)

Nas minhas pesquisas encontrei estes conselhos muito úteis para a confecção de compotas.

P.S. Eu que não sou nada doceira dou por mim a comê-lo à gulosa, que é como quem diz à colherada. Nem parece meu :P

Momentos antes do doce ir ao frigorífico

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mais rápido do que eu previa

Lembram-se dos quadros que coloquei no w.c. mais pequeno cá de casa?

Lembram-se do entusiasmo dos dois e das brincadeirinhas do quarto escuro?

Pois é minhas amigas, a coisa já deu frutos...

Mais rápido do que eu poderia imaginar.

Ainda tentaram disfarçar que não tinha acontecido nada, mas eu cá não sou parva...

Assim que deram à luz, largaram os filhos na outra casa-de-banho.

Caridosa como eu sou adoptei-os. Os "piquenos" estão radiantes da vida e eu confesso que gosto de vê-los por cá :)

E para que dúvidas não existam sobre a forma como foram concebidos, as seguintes fotos mostram tudo.

Estes dois quadros foram comprados e metidos numa gaveta. Esperavam há meses a sua oportunidade.

Foi então que pensei nos rolos do papel-de-embrulho que comprei há poucos dias . Achei que os motivos condiziam na perfeição com o ambiente-bambú daquela casa-de-banho.

Arranquei os suporte-base para que ficassem muito juntinhos à parede.

E, por fim, colei-os com fita adesiva dupla-face.

Só a título de curiosidade, em termos cronológicos estes quadros surgiram primeiro que o móvel que ofereci à minha mana.

sábado, 26 de junho de 2010

Um ano...

Passou um ano.

Faz hoje exactamente um ano que escrevia o primeiro post do Ideias Debaixo do Telhado.

Dois dias após fazer a escritura da minha casa e ter a chave na mão, lançava aqui a primeira pedra virtual da minha casa real.

Um ano de conquistas e de entrega absoluta à minha casa, às minhas inspirações, aos meus pensamentos, às minhas ideias, a todos quantos me acompanham e gostam de ler.

Um ano repleto de partilha e de crescimento pessoal no mundo das invenções caseiras.

Durante este ano a casa esteve num corropio. Tantas visitas, tantas amizades virtuais :)

A partir deste cantinho conheci outros blogs e bloggers, outros lugares fantásticos de profunda inspiração, outras pessoas que como eu gostam de experimentar pequenas criações.

Este é um lugar onde exponho um outro lado de mim, dos muitos que tenho. Um lugar que espelha muitas coisas que gosto, muita curiosidade, dedicação, vontade de fazer e de experimentar. Muitos sonhos... !

Ao fim de um ano, o Ideias Debaixo do Telhado continua a fazer-me muito feliz. Continua a inventar-me em cada post que aqui deixo e em cada comentário que vocês me oferecem.

O meu muito obrigada :)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Com amor...

Quando a minha mana viu o meu móvel dos brincos gostou tanto que acabou por comprar um igual.

Ela não tem jeito nem paciência nenhuma para trabalhinhos de bricolagem. Mas como sabe que eu gosto destas coisas, às vezes acaba por me "definir" tarefas.

É muito pedinchona! E eu nunca sou capaz de lhe dizer que não :P

E foi assim que comprou um móvel igual, com o mesmo propósito com que comprei o meu. Mas é claro que seria aqui a maninha a decorá-lo :P

Confiou-o ao meu gosto, sublinhando, no entanto, que seria para ficar no quarto.

Já passou um ano e o móvel continua dentro do saco em que mo entregou - intacto.

Ontem a minha mana regressou das suas belíssimas férias. Horas antes fiquei cheia de vontade de lhe fazer uma supresa. Debruçar-me finalmente sobre o móvel.

Estava a contra-relógio. Queria dar-lho no dia em que voltasse a estar com ela - hoje.

Fui buscá-lo ao saco e meti mãos à obra.


Momentos antes


Não tinha nada pensado. Apetecia-me inventar...

Fiz um castanho mousse (usei tintas acrílicas e misturei castanho muito escuro com um bocadinho de branco). Com essa cor pintei a estrutura exterior do móvel, o interior e laterais das gavetas. À frente, e de forma muito tosca, os puxadores e as extremidades.

A seguir fui buscar o papel de embrulho que comprei na última ida ao supermercado. Achei o papel tão giro e barato, que trouxe 3 rolos sem saber o que ia fazer com eles.


Decidi forrar a frente das gavetas com alguns dos padrões desse papel. O quarto da minha mana é nos tons castanho, bege e laranja. Não me apeteceu cingir-me ao óbvio e fui buscar o azul para ajudar à festa.

Forrar as gavetas deu bastante trabalho porque os puxadores não saem. Por isso, decidi recortar o papel para encaixar. Em cada uma das frentes de gaveta existem duas partes de papel, onde foram recortadas duas pequeninas meias-luas no centro. Essas duas partes ficaram sobrepostas e pouco se notam as linhas divisórias. Esta foi a parte mais complicada e demorada.

Colei o papel na frente das gavetas sem ligar a medidas. Recortei pedaços a olho mas com área suficiente para ocupar toda a superfície da gaveta e ainda sobrar.

Depois da cola seca, socorri-me de uma lixa para ajustar as medidas e criar o efeito de papel rasgado e gasto nas extremidades. Ao mesmo tempo fazia um decapé nas gavetas. É que neste processo, a folha de lixa desgasta também a pintura da madeira.

Fiquei muito satisfeita com o aspecto com que ficou. Muito mais interessante e visualmente bem mais bonito, do que se tivesse simplesmente recortado o papel e colado à medida da área a ocupar.

Por fim, lixei as arestas do móvel para reforçar o acabamento envelhecido.

O pior veio depois, quando decidi passar um verniz opaco. Ficou uma porcaria porque o papel começou a empolar.

Voltei a desafazer e a fazer de novo. Estava fora de questão colocar verniz :(

Deu algum trabalho, mas gostei muito do resultado final e espero que ela também :)


P.S. Este post ficou agendado desde ontem à noite. Será precisamente à hora em que for publicado que a minha irmã vai ver o móvel. E vocês vêem-no ao mesmo tempo :P

terça-feira, 22 de junho de 2010

De regresso ao W.C.

Não, não estou com outra gastroentrite! Livra! :P

Eu apenas não me esqueci que fiquei de voltar a mostrar este quadro de casa-de-banho, quando o fixasse à parede.

Na verdade também nunca cheguei a mostrar o primeiro. Boa, assim são dois de uma assentada só!

O primeiro ficou todo contente. Já me tinha segredado, em jeito de confissão queixosa, que se andava a sentir muito sozinho. Não estava a ser fácil.

Mas agora já não tem do que se queixar. Já lhe arranjei uma companhia à altura!



No início ainda tentaram disfarçar, mas eu bem reparei na mútua satisfação da proximidade.

Já percebi que a brincadeira predilecta tem sido o jogo do quarto escuro.

Se eu ao menos tivesse uma janelinha na casa de banho... podia ser um elemento dissuasor ou inibidor para se sentirem sempre à vontadinha.

Pronto, pronto... ai eu é que tenho uma mente preversa e afinal o joguinho é completamente inocente?

Está bem! Está bem! Eu só espero um dia destes, ao acender a luz, não vir a confirmar essa inocência no fenómeno da multiplicação :P

Achei tanta graça a estes stickers de casa-de-banho que não resisti a comprá-los e a colocá-los neste w.c.

Ainda se lembram deste móvel? Como o w.c. é muito pequenino continua a ser a solução ideal cá em casa para arrumar o papel higiénico. Bendita sapateira! :P

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Rubrica das Leitoras #5

Foi a propósito de um post meu sobre odores na cozinha, que a Beta me contactou por e-mail e a partir daí começámos a escrevermo-nos muito regularmente.

Ela gosta de fazer coisas para a sua casa, personalizá-la com mimos, mas diz que tem pouco jeito e falta-lhe paciência para levar avante projectos que sejam demasiado complicados ou morosos.

Mas uma das grandes qualidades da Beta é ser alguém persistente e que não desiste ao primeiro sopro de vento. Eu cá considero que é uma grande virtude :)

Este post deu-lhe um rasgo de inspiração.

Por questões de saúde, a Beta tem uma ampla variedade de chás em casa.

Assim que viu o meu post, fez-se luz na sua cabeça. Decidiu colocar os chás em frasquinhos personalizados com rótulos muito vintage.

Escolheu as etiquetas que quis, escreveu o nome das suas ervas, imprimiu em papel normal e ainda lhes passou café para ficarem com um aspecto mais antigo, mais amarelado pelo tempo. Depois foi só recortar e usar de papel autocolante transparente para fixar as etiquetas ao vidro.

O marido é que não acha muita piada ao facto de ter tanto frasco e potezinho a ocupar uma boa parte da bancada da cozinha.

Já lhe fez um "ultimato" que o grupo de chás que desfila sobre a bancada vai muito em breve marchar todo para uma prateleira.

Eu cá aprovo a ideia e assim arruma-se o assunto sem mais discussão, desde que a prateleira seja exterior, ou em alternativa seja uma prateleira que fique num móvel envidraçado, a fazer lembrar os móveis das antigas ervanárias/drogarias/farmácias (estabelecimentos comerciais onde era tudo em 1). Ficaram tão lindos e tão charmosos, que merecem ser exibidos para serem namorados, não concordam?

Beta, estás de parabéns! Espero que continues cheia de entusiasmo para concretizar muitos outros trabalhos. Qualquer coisa que precises e em que eu possa ajudar (também não sei fazer coisas demasiado complicadas), já sabes que estou à distância de um e-mail.

Beijinhos e até breve :)


domingo, 20 de junho de 2010

Causas Nobres

O mundo não gira apenas à volta do nosso umbigo, à volta das nossas preocupações pessoais, das nossas necessidades, dores, desejos, egoísmos e caprichos. Há muito mais mundo além disso.

Basta um gesto de carinho, um minuto de atenção, uma atitude de compaixão, para podermos mudar o curso das coisas.

É isso que espera a Carolina, uma cadela linda e meiga, cuja vida lhe pregou uma partida, mas que tem muito amor para dar e muita vontade para lutar. Ela apenas precisa do lar de alguém especial, com um coração do tamanho do mundo, que lhe queira dar essa oportunidade. Aqui podem acompanhar a história da Carolina.

Actualização a 21/06/2010: Finalmente a Carolina já arranjou um lar :D !

É também isso que espera Sintra, considerada Património Mundial, na categoria de Paisagem Cultural. Nos últimos tempos tem sido alvo de ataques silenciosos e criminosos que entenderam, à luz de outros interesses, desrespeitar e destruir massivamente árvores centenárias. Com que direito, e à luz de que interesses, se destrói este legado que nos deixaram as gerações passadas, este património natural que não é apenas de quem habita o concelho, mas que é de todos nós?

Basta uma assinatura tua para ajudar a travar este crime público e eminiente catástrofe natural.

A petição encontra-se aqui.

sábado, 19 de junho de 2010

Seis coisas que não sabem sobre mim

A Luar, do blog L'amour c'est toi, L'amour c'est moi, desafiou-me a contar seis coisas que vocês não sabem sobre mim, e depois convidar seis bloguistas a aceitar o mesmo desafio.

Bem, vou respirar fundo e contar tudo de uma vez sem medos :D

1) Em criança tive muitos animais de estimação. Um deles foi um ouriço-caixeiro. Andava quase todo o dia fugido no quintal e à noite dormia sempre no mesmo sítio: encostadinho ao motor do frigorífico :)

2) Também em criança, um dos pintos da ninhada que tinhamos lá em casa adoeceu. Fiquei cheia de peninha dele e fiz de tudo para o pôr bom (como ele tremelicava de frio!). Inclusivé levei-o para a minha cama a ver se o calorzinho o arrebitava. No dia seguinte o pintainho parecia uma folha de papel. Estava espalmado! Sem querer adormeci e, no vira-para-aqui-vira-para-ali, deitei-me em cima do pinto. Fartei-me de chorar de desgosto! :(

3) Fora do país nunca vivi, mas cá dentro já morei em 4 distritos diferentes, a saber: Lisboa, Coimbra, Aveiro e Évora.

4) Durante longos anos sempre roí as unhas. Ainda agora o faço quando ando mais ansiosa ou se parto uma unha. Aproveito e nivelo todas ao dente. Mas outrora o vício era de tal forma grande que a seguir ao banhinho, nem as unhas dos pés escapavam :P

5) Nunca apanhei uma gripe e raramente me constipo.

6) Sou uma chorona. Comovo-me muito facilmente com gestos bonitos e genuínos.

Só vocês agora é que sabem! Nada de contar a mais ninguém, combinado?

Passamos então para a parte dos convites. Convidar uns e não convidar outros é-me sempre difícil. Então façam-me o favor de se fazerem convidados(as) a participar neste jogo. Para não desvirtuar muito as regras o critério que escolhi foi este:

- os(as) seis primeiros(as) bloguistas a comentarem este post (se não tens blog da blogspot deixa o link no fim do comentário), ganham automaticamente o "passaporte" para responder ao desafio e contarem-nos os seus segredos.

Será que alguém quererá aceitar o desafio?

Beijinhos e um óptimo fim-de-semana :)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Depois do mal feito...

Eu não sei onde vocês arrumam os vossos perfumes. Se no quarto, se na casa-de-banho, se num qualquer outro sítio... mas eu sempre tive os meus no meu quarto. Não os imagino noutro lugar. É lá que os gosto de ver e usar.

E foi à custa dos perfumes que estraguei a cómoda. Logo no terceiro dia dela cá estar em casa. É preciso ter azar!

Nesse dia levanto o frasco do perfume e noto resistência. Tinha o frasco colado à madeira. Pois é, no dia anterior tinha usado aquele mesmo perfume e deve ter escorrido. O álcool não dá tréguas. Entrou em contacto com a madeira pintada e o estrago ficou à vista.


Bolas, nunca tal me tinha acontecido, quer quando vivi na casa dos meus pais, quer nas restantes casas onde morei a curto prazo.

Percebo agora que não foi apenas pura sorte. As mobílias ou eram lacadas, ou tinham outro tipo de revestimento.

Foi preciso viver todos estes anos para perceber isto!

O mal estava feito. E agora? Sim, podia aproveitar a garantia do móvel e reclamar à loja. Mas não me pareceu bem. Afinal o descuido foi meu.

Lembrei-me que tinha algumas base-espelho na arrecadação, guardadas por altura do casamento da minha irmã. Na altura, essas bases abrilhantaram as mesas. As bases são bem bonitas porque têm umas ramagens foscas a decorar.

Este Natal que passou usei algumas para decorar a sala. E lembrei-me que uma base-espelho seria o ideal para os meus frascos e sem implicar mais custos e mais chatices.

Agora tenho a certeza que não volto a estragar a cómoda pelo mesmo motivo.

Por acaso não é a base-espelho que esconde a maleita. Na altura tinha os frascos noutro lugar da cómoda. O que está a esconder o dano é esta caixinha de vidro.

Fica o aviso. Para quem gosta de perfumes no quarto, como eu, muito cuidadinho com a madeira. A sorte não dura sempre. Como vêem a minha foi-se logo num instantinho.

Se eu não tivesse a base-espelho, gostava de uma bandeja prateada e trabalhada, a imitar as antigas bandejas de prata. Não são muito baratas, mas são um charme ;) Deixo-vos com uma imagem que encontrei para ilustrar a ideia.

(inspiração)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quando o telefone toca...

Desde que me lembro de ser gente, e durante toda a minha infância e pré-adolescência, os meus pais tiveram o clássico telefone preto de disco. Esse era o modelo comumente conhecido e usado em todas as casas que conhecia.

Mas a era do digital apareceu e fez desaparecer o velho telefone lá de casa. Os meus pais entregaram-no à Companhia de Telefones em troca de um novo, quadrado e vermelho. O novo já não tinha disco, mas teclas. Marcar um número tornou-se muito mais fácil e rápido, além de outras vantagens que o telefone oferecia. Na altura não senti pena. O telefone era velho e preto!

E hoje penso de forma completamente diferente. Como a vida nos troca as voltas!

Hoje, podia até ter cá em casa a mais alta e avançada tecnologia em comunicações telefónicas, que dificilmente a acharia mais fascinante do que o ritual de colocar o dedo no número desejado, virar o disco até ao fim da rotação, esperar que o disco volte à posição original e, então, discar outro número, e assim sucessivamente até marcar os 9 números.

Perde-se mais tempo para fazer a ligação, mas o prazer de ouvir todos aqueles barulhinhos é inigualável. A isto chamo saborear. Prazeres assim só são compreensíveis por quem partilha do mesmo gosto :)

Há algum tempo que queria voltar a ter um telefone de disco.

Hoje em dia existem muitas réplicas de várias cores, mas a maior parte delas têm o senão do disco servir apenas para enfeitar, porque na prática no lugar dos furos, onde encaixa o dedo indicador, existem teclas. Bahhhhh, que trafulhice! Além disso não têm o charme do que é definitivamente antigo...

No entanto, com alguma pesquisa consegue-se achar o que se quer...

E é no meio das minhas pesquisas que venho a saber que os meus sogros ainda guardavam na garagem o seu primeiro telefone.

Não havia que pensar duas vezes. Entre adquirir um clássico sem qualquer ligação sentimental e exibir o primeiro telefone dos meus sogros com a minha idade, a segunda alternativa vencia sem oposição.

Este é já uma actualização recente do modelo que em 1931 Ericsson apresentava ao mundo - o famoso telefone preto de bakelite. O primeiro telefone com um design mais simplificado em relação aos anteriores, e que trazia a novidade do auscultador ficar apoiado horizontalmente no corpo preto do telefone. Este modelo tornou-se um clássico; serviu de inspiração a modelos da época e outros que foram surgindo até finais do séc. XX.

Desde Domingo que sempre que o telefone toca, o som tem sido o velho trrrrim-trrrrrim-trrrim-trrrrim...

Nestes dias já nem quero saber do telefone-portátil. Estou numa fase de enamoramento pelo meu "novo" telefone fixo. Posso?

Nunca ninguém me viu outrora tão eufórica em querer atender o telefone na sala (as pouquíssimas pessoas que têm o meu número de casa são sempre desejáveis, logo não me incomoda nada atender sem saber quem está do outro lado).

Tal como nunca, como agora, andei tão entusiasmada em ser pedestal durante todo o tempo em que falo com alguém do outro lado da linha.

Bem sei que talvez seja a euforia dos primeiros dias. Que seja!

Claro que são mais as vezes que atendo, do que as que marco números. Mas em momentos mais descontraídos, e sabendo os números de cor, prefiro discar a digitar. A partir da ponta do meu dedo indicador faço simultaneamente uma ligação ao presente, e outra ao passado :)



Trrrrimmmmm-trrrrimmmmm-trrrrimmmmm-trrrrimmmmm-trrrrimmmmmm

- "Estou sim?
- %&&#"#$/&/()(=)/&$#"?
- Sim, sou eu! Está tudo bem. Não se preocupem, já estou óptima de saúde. Não imaginava que sentissem tanto a minha falta. Obrigada do fundo do coração por tantas mensagens e emails que me enviaram. Estou de volta :)."

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Uma semana mais em baixo

Esta semana tenho andado caladinha, silenciosa mesmo.

Ando com baixa de ideias porque tenho estado doente.

Apanhei uma intoxicação alimentar e vá de ficar com uma valente gastroentrite, daquelas que nunca tinha apanhado antes e que não desejo a ninguém.

Tenho andado em baixo de forma, muito cansada e fraquita, mas sempre a trabalhar para fazer tardar ainda mais a cura :(

Ando a dieta, daquela bem desenxabida que já deito pelos olhos. A pouco e pouco começo a recuperar o apetite e começo a estar cheia de vontade de comer outras coisas. Mas bem sei que não posso prevaricar. Basta lembrar-me como estive nos primeiros dias e perco logo a vontade do fruto proibido.

Mas por favor, não me falem em fruta cozida e em canja nos próximos anos. Tudo o que é forçado dá nisto! Em ódio de morte!

Mas, infelizmente, vou ter de continuar em dieta até estar em forma (acho que já falta pouco).

Pode ser que o santinho deste fim de semana dê uma ajudinha e me ponha nos "trinques".

Beijinhos e bom fim-de-semana.

sábado, 5 de junho de 2010

Uma entrada rápida

Queremos uma entradita antes do prato ou pratos principais e não há muitas ideias? Existem poucos recursos na nossa cozinha para fazer qualquer coisa de mais elaborado?

Uma solução saborosa, rápida e fácil pode passar por um patê.

Há mil e uma receitas de patê.

Umas mais elaboradas, outras mais simples.

Eu uso uma receita muito simples e que tem feito sucesso. E como já diz o ditado, "em equipa que ganha não se mexe".

Hoje houve almoçarada familiar em casa dos meus pais e a minha mãe pediu-me que fizesse o patê de delícias-do-mar para levar. Como custa menos de nada a fazer, foi com todo o gosto que assenti ao seu pedido.

Ingredientes
- 1 pacote de delícias-do-mar
- 1 ovo cozido
- 2 dentes de alho grandes
- cebolinho q.b.
- maionese q.b.

Preparação:
1) Tiram-se as delícias-do-mar do congelador 15 minutos antes, ou então metemo-las no microondas durante alguns segundos. A ideia é que as delícias descongelem apenas o suficiente para se conseguirem cortar mais facilmente.

2) Cortamos as delícias aos pedaços e colocamos na picadora, juntamente com os dois dentes de alho, o ovo cozido cortado ao meio e o cebolinho (eu prefiro cortar miudinho o cebolinho cá fora e juntar depois aos restantes ingredientes).

3) Trituramos tudo até ficar bem miudinho, mas não amassado.

4) Colocamos o preparado numa taça, adicionamos maionese a gosto (eu adiciono em média 3 colheres de sopa bem cheias porque gosto do patê mais compacto e de sentir o sabor definido dos ingredientes, e não tanto o paladar a maionese) e temos o nosso patê pronto a ser servido com tostinhas.
    Cá para mim, o segredo está na fusão do alho com o cebolinho. O alho dá um sabor fantástico a todo o preparado, e nem sempre quem prova do patê é capaz de o adivinhar. Será da mistura com a maionese que lhe disfarça aquele sabor tão característico? Não sei! O que sei é que o patê de hoje, à semelhança do das outras vezes, durou menos de nada na mesa. Seus gulosos! :P

    Os ingredientes base

    Os ingredientes já triturados

    Patê de delícias-do-mar prontinho!

    sexta-feira, 4 de junho de 2010

    Um frasquinho romântico

    Há uns tempos, no meio de outras compras que precisava, trouxe um daqueles ambientadores de essência com pauzinhos.

    Além de ser com cheirinho a alfazema, o que me fez trazê-lo foi mesmo o frasquinho e o preço.

    O frasquinho em si não tem nada de especial. Linhas direitas, muito simples e sem um qualquer rótulo a adorná-lo.

    Porém, e na ausência de qualquer laivo de requinte, fazia-me lembrar os antigos frascos de vidro onde as senhoras guardavam os seus aromas, colónias e perfumes. A partir da sua tampinha, cada uma doseava gota a gota o cheirinho por diferentes partes do corpo.

    Eis o frasco de que vos falo:


    Sinceramente, não me apeteceu usá-lo como ambientador. A quantidade de pauzinhos que trazia não cabia na largura do gargalo (só podia usar os que coubessem). Por outro lado, colocando os pauzinhos a tampinha teria de ser guardada. Ora a tampa era a cereja no topo do bolo :(

    Não me ralei nada com o assunto porque eu tenho um ambientador que gosto muito. Não com pauzinhos, mas com uma folha de loiça porosa. Como o tenho no meio dos meus perfumes, até passa despercebido como ambientador que é. Parece ser simplesmente mais um.


    Mas como a essência tinha acabado, havia que voltar a enchê-lo.

    Nada mais fácil! Verti para dentro deste antigo frasquinho a nova essência, e deixei o novo frasco em cima da cómoda, a compôr o visual e a dar um toque de romantismo clássico ao ambiente.

    Mas aqui a menina não se deu por contente. Lembrou-se que uma etiqueta, assim com um design muito vintage, é que daria o toque de graça que lhe faltava.

    Mais uma vez, a amiga net foi metida ao barulho. Encontrada que estava a etiqueta, personalizei, imprimi em papel autocolante e colei.

    Agora tenho um frasquinho totalmente personalizado :)

    Claro que esta ideia das etiquetas já me pôs a matutar e com vontade de redecorar os meus frascos vazios da cozinha. Aqueles da maionese, de compota e outros "enfrascados".

    Podemos voltar a fazer compota ou doce caseiro e oferecer em frasquinhos com lindas etiquetas.

    Podemos colocar bombons, amêndoas, rebuçados, tanta coisa... Ficam tão charmosos e não custa nadinha, mesmo para quem tem pouco jeito para trabalhos manuais.

    Ficaram com ideias também?

    Procurem por "etiquetas vintage" ou "rótulos vintage" e encontrarão muitas etiquetas lindas e charmosas :)

    quarta-feira, 2 de junho de 2010

    Uma salada diferente

    Apesar das costelas minhotas da mãe e transmontanas do pai, aqui me confesso que sou uma apaixonada pela cozinha alentejana.

    Para mim é uma cozinha extraordinária. É surpreendente como é que uma cozinha que surge da pobreza, de quem teve de comer o que o diabo amassou, pode ser tão rica de sabores. Os alentejanos sabem usar como ninguém os poucos recursos. O seu grande segredo está no uso que fazem das ervas e condimentos.

    Se eu já gostava da cozinha alentejana, quando há 3 anos, por questões profissionais, passei um aninho a viver no Alentejo, fiquei rendida. É caso para dizer que os alentejanos me prenderam pelo estômago (e não só, mas o que interessa isso agora?).

    Neste fim-de-semana estive na Adega do Cachete, um restaurante típico alentejano, no lugar de S. Pedro do Corval, mesmo coladinho a Reguengos de Monsaraz.

    A qualidade é 5 estrelas. Já estava com saudades de comer e beber na louça de barro e experimentar os deliciosos petiscos que têm sempre para oferecer.

    No meio das iguarias, fixei a salada de agrião com laranja.

    Veio uma enorme travessa desta salada e eu devorei-a num piscar de olhos.
    Estava deliciosa, que espectáculo de salada!

    Como fiquei com ela fisgada, hoje ao jantar resolvi experimentar para acompanhar o entrecosto grelhado.

    A receita é muito simples.

    Ingredientes principais:
    -Agriões
    -Laranja
    -Coentros
    -Alho

    Preparação:
    1) Coloca-se numa saladeira a quantidade de agriões que desejarmos já lavados e arranjados.
    2) Picamos dentes de alho e misturamos.
    3) A seguir, cortamos rodelas de laranja em quartos e adicionamos.
    4) Por fim, salpicamos com coentros frescos.
    5) Na altura de ser servida tempera-se com azeite, vinagre e umas pedrinhas de sal.

    O ideal é fazermos a salada com um mínimo de meia hora de antecedência, para com tempo os diferentes sabores se entranharem uns nos outros.

    Uma salada diferente, fresca e que condiz na perfeição com o calor e, sobretudo, com carnes grelhadas.

    O aspecto é normalíssimo, mas o sabor, ai o sabor...

    Experimentem e digam-me de vossa justiça.

    Eu cá já virei uma admiradora convicta :)

    E já que se fala de gastronomia, nada mais apropriado do que ir ver o Estômago. Vou ali e já volto...

    terça-feira, 1 de junho de 2010

    Vamos a uma banhoca?

    Estavam a pensar que era uma banhoca na praia? Com este calor, ai que bem que sabia, não era?

    Podia ser uma forma de hoje comemorar a abertura oficial da época balnear.

    Mas a banhoca de que vos falo é outra.

    Ontem cheguei a casa cheia de trabalho para fazer, mas sem vontadinha nenhuma de me atirar às obrigações.

    Nestas alturas arranjo mil e uma desculpas para adiar o que é urgente fazer (depois quando fico mesmo apertada, faço tudo sob pressão e não falem comigo que eu sou capaz de morder :P).

    E o que faço eu? Ponho-me a andar de um lado para o outro a tentar despistar a consciência e a ver onde me posso inspirar para fugir a trabalhos aborrecidos.

    Foi assim que dei com a moldura de câmara que tinha comprado com o intuito de fazer um quadro de galinhas para a minha cozinha. Acabei por desistir, simplesmente porque já não tenho onde o pôr...

    A moldura ficou esquecida até um dia...
    Esse dia chegou ontem...

    Peguei nela novamente e lembrei-me que a podia colocar no w.c. mais pequeno, o da área social da casa, a fazer companhia ao outro quadro, o das estrelinhas e búzios.

    Desta vez não queria os mesmos motivos.

    Assim, peguei no sabonete com cheirinho a baunilha, no pedacinho de esponja natural, na toalha azul estragada pela lixívia, numa das minhas primorosas fitinhas, e fiz a minha composição do banho.

    O fundo foi forrado com o papel autocolante azul às pintinhas, que sobrou de outros trabalhos, e por um cartão de uma qualquer embalagem. Achei piada ao padrão e guardei.

    Quanto à toalha, estava estragada. Cortei um pedaço, numa zona que não tinha sido atingida pela lixívia, dobrei-o e coloquei-lhe uma fitinha de cetim verde para dar uma ar mais fofinho.

    Agora só falta comprar a fita Tesa para o fixar na parede de azulejos ao pé do outro quadro. Quando isso acontecer eu depois mostro os dois a fazerem companhia um ao outro. Combinado? ;)