sexta-feira, 31 de maio de 2013

Porta-pincéis de maquilhagem

Porque no reaproveitar e reciclar é que está o ganho, há muito tempo que tenho os meus pincéis de maquilhagem dentro de um frasco de conserva no armário do w.c.

Dá muito jeito tê-los todos juntos e sempre à mão.


Já estive várias vezes para decorar o frasco. Dar-lhe um toque mais feminino e delicado e tirar-lhe aquele ar de frasco de conserva :P

Mas a preguiça também é coisa que me assiste e eu tenho deixado andar.

Ora na criação da minha eco bag sobraram pequenos restos de tecido, mesmo muito pequeninos.

Foi aí que surgiu a ideia de decorar finalmente o suporte dos meus pincéis. 

Misturei cola branca com água e com um pincel passei sobre o tecido. Deixei secar. Aliás, como sou impaciente, sequei com o secador de cabelo :P

Depois de seco o tecido fica rijo, um autêntico pedaço de papel. Perfeito para ser cortado sem desfiar. 

Mais uma fitinha e um botão e estava pronta a decoração do meu suporte.


Como tinha o problema de alguns pincéis serem baixos e o frasco ser alto, adicionei umas pedrinhas decorativas no fundo do frasco e resolvi de imediato a acessibilidade aos pincéis mais pequenotes.

Este meu frasco serve como suporte de pincéis de maquilhagem, mas podia ser um porta-lápis, um porta-velas, etc...

Beijinhos e um excelente fim de semana para vocês :)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

A minha primeira "eco bag"

Há bastante tempo que queria aprender a fazer uma eco bag. O saco ou mala de pano, como lhe queiram chamar. 

São super versáteis porque dão para levar para a praia, para ir buscar pequenas compras, para transportar roupa e produtos de higiene quando faço campismo, para levar algumas coisas num piquenique, para transportar livros e outros pertences...

Ontem aventurei-me a fazer a minha primeira eco bag.



Ainda levei umas quantas horas, mas acho que não me saí nada mal :)

O resultado deixou-me muito satisfeita e orgulhosa. Finalmente consegui!!!!!! :)

Não vou partilhar o passo a passo para as principiantes que, como eu, se estão a aventurar na costura à máquina ou que têm vontade de se iniciar. Simplesmente segui o passo a passo do vídeo que aqui vos deixo. O vídeo está em inglês, mas mesmo para quem tem dificuldade com a língua percebe-se perfeitamente a partir das imagens. Se procurarem no youtube encontram muitos tutoriais.


E como não podia deixar de ser, fiz algumas alterações, a saber:

* o saco no vídeo é pequeno, e o meu é grande;

* como queria que o meu saco tivesse os dois padrões de tecido à vista, cortei tiras e cosi-as umas às outras e depois foi só cortar um quadrado grande na medida pretendida;

* o meu saco não é reversível porque eu não tinha interesse que fosse. Eu apenas queria um saco forrado. Aproveitei e acrescentei um fecho magnético;

* Para fazer as alças segui a mesma técnica já utilizada para fazer a fita do vestido comprido (aqui).






Beijinhos :)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pés perfeitos e saudáveis sem lixa

Preocupamo-nos com o corpo, com os cabelos, com a pele do nosso rosto, com as unhas, com a maquilhagem, etecetera. E quantas vezes nos preocupamos com os nossos pés? Arrisco a dizer que a maioria só nos meses mais quentes, quando os pés passam a andar a descoberto.

Tratamo-los como se fossem uns apêndices de segunda categoria. Desprezamo-los, quando deviamos mimá-los diariamente por uma questão de saúde.

Ter uns pés saudáveis é meio caminho andado para ter uns pés muito mais bonitos, independentemente do formato das unhas, dos dedos, de serem grandes ou pequenos, direitinhos, retorcidos ou encaracolados.

Muito mais importante do que ter as unhas limadas e pintadas com cores vibrantes para o verão, a beleza de uns pés passa muito pelo cuidado que dispensamos com a higiene e a hidratação destes. 

Como não sou melhor, nem pior que ninguém, durante muito tempo os meus cuidados eram praticamente nulos. Preocupava-me com a aparência dos meus pés quando chegava a altura de usar sandálias ou sapatos abertos. De resto limitava-me a cortar as unhas quando era preciso, a passar a lixa nas zonas onde sentia a pele mais dura e áspera e a passar um creme hidratante esporadicamente.

Quando chegava o tempo da sandália recorria ao primeiro grande tratamento de choque. 

E o tratamento de choque, ainda que feito em casa, consistia em polir os pés de forma mais profunda, fosse com uma lixa própria ou com a pedra-pomes até sair uma quantidade significativa de peles mortas e conseguir finalmente uns pés super afinadinhos. Nesses momentos o w.c. mais parecia uma serralheria. Lixa daqui, lixa dali...

Embora não seja um assunto consensual, há quem defenda que o uso da lixa é prejudicial e extremamente agressivo para os pés . A reação da pele é tornar-se mais espessa e dura. 

Depois de ler algumas coisas, decidi parar de lixar, não sem antes fazer uma boa lixadela em jeito de despedida :P

A pouco e pouco comecei a alterar os meus velhos hábitos de higiene e cuidados básicos com os pés.  E a verdade é que muito rapidamente comecei a alcançar resultados nunca antes vistos. 

Ter uns pés impecáveis e macios é imperativo no momento em que passamos a exibi-los por aí, por tudo quanto é sítio. Há lá coisa mais feia do que mostrar uns pés com uns calcanhares ressequidos e gretados, com uma pele seca e esbranquiçada, com calos aqui e ali? É horrível, para não dizer que em alguns casos chega a ser nojento. 



Mas se não existirem outros problemas de maior, não é difícil conseguir ter uns  pés sempre impecáveis. E na verdade nem custa assim tanto, nem nos rouba tanto tempo assim. E digo-vos que os resultados compensam mesmo.

Já passou quase 1 ano desde que os meus pezinhos pararam de ver a lixa e agora que começa a ser tempo de pôr o pezinho de fora (será? o tempo não parece querer ajudar muito...) partilho convosco um conjunto de rotinas que desde então me têm ajudado a ter e a manter uns pezinhos com uma pele lisa e macia todo o ano, de forma simples e muito económica.

1) Semanal ou quinzenalmente faço uma esfoliação aos pés. Pode-se usar qualquer esfoliante corporal. Humedeço os pés, aplico o esfoliante e massajo em movimentos circulares, insistindo nas zonas que estão sujeitas a maior fricção ou atrito, de modo a evitar o endurecimento da pele e algumas calosidades. O uso do esfoliante ajuda a remover as células mortas e a manter a pele lisa e suave.

2)  No final do dia lavo os pés com água morna, sem esquecer entre os dedos. Depois de um dia inteiro a caminhar ou fechados em sapatos, os pés estão sujos e transpirados. O banho não só limpa, como refresca, relaxa e acalma a pele. Logo a seguir ou antes de deitar tento sempre fazer uma hidratação com creme Nivea da lata azul. 

3) Passei a ter mais atenção e cuidado com a secagem dos pés. É muito mau calçar sapatos ou meias quando ainda existem vestígios de humidade nos nossos pés após o banho. A maior parte das vezes limpamo-nos à pressa e descuramos as zonas entre-dedos. Isto é um autêntico convite à proliferação de bactérias e fungos que por sua vez provocam os maus odores, vulgo chulé. Sabe-se também que pés húmidos tornam-se mais irritáveis e dão mais facilmente origem ao aparecimento de bolhas, micoses e outro género de inflamações na pele.

3) Passei a aplicar protetor solar nos pés quando uso sandálias ou sapatos mais abertos. Além de minimizar os efeitos nocivos dos raios ultravioletas, o protetor solar mantém a pele hidratada e evita as marcas inestéticas do calçado.

4) Duas vezes por semana faço uma massagem com óleo de amêndoas doces, incluindo unhas e cutículas. É um hidratante poderosíssimo.

5) Mensalmente besunto os pés com vaselina antes de deitar, calço umas meias e deixo os pés a marinar toda a noite. De manhã tenho uns pezinhos de princesa.

Estes cinco passos muito simples de aplicar e recorrendo a alguns dos meus produtos de eleição que já partilhei convosco noutros posts, a par do uso de um calçado confortável, têm sido os meus melhores aliados para ter e manter uns pezinhos macios e sem calosidades durante todo o ano.



Adeus lixa! Adeus calos! Adeus pele seca e áspera!

Claro que se vamos começar e estamos com uma pele áspera e com calos o que aconselho é lixar bem e depois manter o ritual de limpar, hidratar e esfoliar. Esta é a melhor receita que conheço para se conseguir uns pés sempre saudáveis e bonitos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Reciclar roupa de forma simples #4

A verdade é que eu já não me sentia confortável com ele vestido. Estava demasiado justo.

Das duas uma, ou optava por dá-lo ou dava asas à imaginação e partia para uma reciclagem.

Inclinei-me para a segunda hipótese ;)

Como há uns meses, um outro top deu lugar a um colar (ver aqui), desta vez decidi fazer diferente e criar um cachecol.


Antes de dar ou deitarem fora uma t-shirt velha ou que já não serve pensem bem... 

Existem muitas ideias simples que podem resultar naquele acessório único capaz de dar um charme ou um toque especial àquela outra t-shirt ou top básico que estamos a vestir naquele dia.

Para este projeto eu precisei unicamente de:

- 1 top (t-shirt) usado e que já não iria vestir mais
- 1 tesoura
- missangas 
- 1 elástico
- 1 alfinete simples
- 1 alfinete-de-ama

O meu passo-a-passo para a criação do cachecol:

1. Comecei por esticar a peça sobre uma supérfície plana.


2. A seguir peguei na tesoura e cortei um pouco abaixo da linha das mangas


3. A partir da zona de corte, voltei a cortar tiras finas, com mais ou menos a mesma largura, a apanhar as duas partes de tecido.



4. Peguei em cada uma das tiras e estiquei-as. A ideia é que elas se enrolem sobre si próprias.



5. Para dar um toque mais interessante ao novo acessório que estava prestes a nascer, decidi colocar uma missanga prateada em cada uma das tiras. Como as minhas missangas eram pequeninas, era difícil fazer passar o tecido, mas não era impossível. Foi aí que me socorri do alfinete simples. Passei o alfinete pela ponta do tecido, introduzi no orifício de cada missanga e puxei até o tecido sair do outro lado. É a zona achatada do  alfinete que vai prender o tecido.



6. Para evitar que as bolinhas se deslocassem, rematei com pequenos nós.


7. A seguir peguei num pedaço de elástico, fiz uma pequenina abertura na zona do cós e passei o elástico a toda a volta com a ajuda de um pequeno alfinete-de-ama. O meu objetivo era conseguir um franzido que me permitisse moldar mais facilmente o cachecol e torná-lo esteticamente mais bonito quando colocado ao pescoço.



E pronto é isto! Fácil não é? :)

Um acessório capaz de alegrar e dar aquela nota especial a qualquer outfit mais descontraído.


Beijinhos e uma excelente semana para todos.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Hoje só consigo pensar amarelo #2

Não sei se isto é o efeito do sol ou da falta que temos tido dele, mas ando completamente apaixonada pelo amarelo.

Desde a compra da satchel que o meu gosto pelo amarelo cresceu exponencialmente. Eu tenho usado e abusado da mala. É difícil largá-la :P

No entanto, tirando a mala e mais duas ou três peças, não tenho nada mais em amarelo.

Mas este repentino favoritismo pela cor foi a desculpa mais que perfeita para começar a sonhar com um colar amarelo.

Coisa típica e mesmo à gaja :P

Há uns bons dias atrás, andava eu neste mundo virtual, quando os meus olhinhos esbarraram e foram atropelados por num modelito que me encheu as medidas.

Eu que nem sou menina para usar colares demasiado "grandiosos", muito chamativos, muito tcharan, fiquei apaixonada por este modelo, vá-se lá perceber porquê.

Mas juro que fiquei.


Pelo meio das pesquisas descobri que se trata de um modelo de uma conceituada marca americana, a J. Crew.

O colar de bolhas original tem detalhes em ouro de 18k e anda ali pelos 150 euros.

Mas de tão cobiçado que passou a ser, não tardou que começassem a surgir as réplicas ou os colares inspirados a preços muito mais apelativos e acessíveis.

Não estou minimamente interessada em ter um genuíno. Sei que esta recente paixão será passageira, mas lá que ando desejosa de ter uma réplica, só para alegrar as vistas e algumas peças de vestuário, lá isso ando. Acho-o tão versátil e existe em tantas cores giras :)






Mas hoje e para variar só consigo pensar em amarelo :)









Agora resta-me ficar à espera que o meu colar amareluxo chegue cá a casa e me surpreenda :)

Beijinhos

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Uma história que só por acaso é minha

Menstruei pela primeira vez aos 11 anos. Recordo-me que sempre tive períodos dolorosos e abundantes que duravam mais de uma semana.

Mas o pior eram as dores que não se limitavam às moinhas normais. Os dois primeiros dias eram sempre os piores. Muitas cólicas abdominais acompanhadas por espasmos que iam e vinham sem pré-aviso e que me tolhiam o corpo. As dores surgiam de repente e eram tão fortes que eu chegava a suster a respiração. A sensação era a de que ao mínimo movimento poderia desmair e cair para o lado. Sentia os músculos presos. Todo o corpo preso. Tudo me doia da cabeça aos pés. Chegava a andar curvada porque simplesmente não me conseguia endireitar. As dores eram tantas que nem com muitos analgésicos e alguns sacos de água quente desapareciam. Aliviavam, mas não se iam embora.

Por tudo isto, as minhas visitas ao ginecologista começaram cedo.

Consultei vários médicos e as respostas que ouvia eram invariavelmente as mesmas.

"Isso é normal". "Há mulheres que têm mais dores que outras, mas isso com a idade vai passar". "Quando for mãe isso desaparece". 

Com a idade as dores não passavam. Pareciam-me cada vez piores. Mas fazia regularmente os exames e as ecografias e tudo parecia estar bem.

Por volta dos 19 anos comecei a tomar a pílula e embora as dores tivessem diminuído ligeiramente, elas não davam tréguas naqueles primeiros dias.

Nesses dias em que estava menstruada era um terror ir à casa de banho. As dores chegavam a ser tão incapacitantes que me sentia desfalecer. Ficava branca, com suores e tonta. 

Era um sacrifício conseguir urinar. Levava minutos. Não conseguia despejar a bexiga de uma só vez num jato contínuo. Eu tinha de fazer tudo às pinguinhas, ao mesmo tempo que fazia exercícios de respiração. As dores eram demasiado agudas para conseguir fazer as coisas de outra maneira.

Os anos foram passando sempre com o medo da próxima menstruação. No mais íntimo de mim, e apesar de os exames indicarem estar tudo bem, eu sentia que não estava.

Aprendi a suportar silenciosamente a dor e a saber lidar com ela. A pouco e pouco fui deixando de  fazer queixas aos médicos. Segundo eles, isto haveria de passar...

E os anos foram passando até Julho de 2008.

Tinha acabado de casar há 3 meses e estava no fim de mais um ano letivo, longe de casa. Bem perto do Porto.

Já faltavam poucos dias para regressar definitivamente a Lisboa e esperar por nova colocação em Setembro.

Um ano que tinha sido particularmente difícil estava finalmente a chegar ao fim.

Num desses últimos dias, jantava uma francesinha na Madalena, quando de repente comecei a sentir-me empanturrada, cada vez pior, tão mal que acabei por vomitar tudo antes do jantar terminar. Nem sei como depois disso consegui conduzir e chegar a casa. Eu estava sem forças nenhumas.

Uma noite mal dormida e acordo no dia a seguir completamente partida, como se tivesse levado uma tareia.   Sentia-me ao mesmo tempo entupida.

Bebi um chá e obriguei-me a comer meia carcaça e fui de novo para a escola. Sentia-me inchada.

Nesse dia voltei para casa à hora de almoço, mas antes passei pela padaria. Comprei uns pães frescos e com muito esforço lá voltei a empurrar mais meia torrada com chá pela goela abaixo.

Sentia-me mesmo mal e com calafrios.

Enfiei-me na cama e passei aí toda a tarde e noite. Entre a posição de deitada e sentada, fui tentando corrigir alguns relatórios de estágio dos alunos. Sentia-me agoniada.

Não voltei a comer. Não me apetecia comer nada. Não tinha fome. E mais um dia se passou e não havia meio de me sentir melhor. Nas idas à casa de banho limitava-me a urinar. 

No terceiro dia, eram já horas do jantar e recebo a visita da minha tia. Que sorte ter uma tia a viver ali perto. Sabendo que eu estava adoentada fez-me o mimo de levar o jantar e eu mais uma vez só consegui aguentar a comida no estômago alguns minutos. Sentia-me cada vez mais fraca.

Depois de muita insistência, lá me convenceu a ir às urgências. Primeiro passei pelo centro de saúde. Ainda na sala de espera vomito o que já não tenho. Tudo o que eu tinha já eram só sucos gástricos.

O médico vê-me rapidamente e manda-me de imediato para as urgências do hospital.

Chego ao Hospital de Santo António e prontamente sou atendida.

Tenho a barriga muito inchada.

Exames e mais exames, duas colonoscopias extremamente dolorosas que me arrancam gritos dilacerantes de dor. Acho que vou rebentar ali. 

Mais um tempo de espera e chega a resposta de que tenho uma estenose extrínseca na parte sigmoide do intestino, ou seja, uma oclusão intestinal.

É urgente ser operada. Estou sedada há dois dias e a rebolar numa maca pelos corredores do hospital. Parece-me que nada daquilo é real. Ouço as vozes, as queixas e as histórias dos doentes que vão e vêm. Há um corropio e um burburinho constante. Uma loucura. Já perdi a noção do tempo e até de espaço. Só sei que estou no hospital. Talvez seja  um pesadelo...

No segundo dia, vem um médico ter comigo. Diz-me que tenho de ser operada rapidamente e que tive muita sorte em ter chegado ao hospital a tempo. Faz-me assinar um termo de responsabilidade, que eu mal consigo ler. Tenho dificuldade em reconhecer as letras e em encontrar-lhes sentido. Diz-me que é provável que fique colostomizada por uns meses.

Não sei do que fala, tenho dificuldade em perceber o que me diz. O meu cérebro está anestesiado com tanta sedação e dor. Percebo muito à pressa que vou usar um saco para as fezes. Não tenho tempo para digerir a informação, nem para racionalizar nada. Sou apenas um corpo doente. Naquele momento só quero que tratem de mim como acharem melhor. Façam o que entenderem. Estou demasiado vulnerável para dizer ou achar seja o que for. Não tenho domínio sobre mim e estou totalmente entregue nas mãos de outros. Eu só não quero morrer.

Entretanto a minha mãe e o P. já chegaram ao Porto e ainda consigo falar qualquer coisa com eles antes de entrar para o bloco.

Sou operada, numa cirurgia que ainda leva algumas horas.

Devido ao meu quadro clínico e à distensão abdominal, a equipa médica toma a decisão de fazer uma laparotomia (cirurgia de barriga aberta) exploratória, com corte do intestino e colocação de colostomia sem encerramento do procedimento cirúrgico. É reprogramada nova cirurgia para revisão e encerramento definitivo após 48 horas.

Saio do bloco e dou entrada nos cuidados intensivos ventilada com um prognóstico muito reservado e com uma barriga aberta. O risco de contrair uma infeção é enorme e a família é advertida de que as coisas podem não correr bem. Durante a cirurgia foram encontradas células estranhas na parede do intestino, e tudo indica que foram as responsáveis pelo "estrangulamento" do órgão. Foram cortados e enviados para análise 15 cm de intestino.  As tais células poderão ser de origem cancerígena, é importante que a família esteja preparada para tudo. 

As coisas felizmente correm bem e volvidas as tais 48 horas, retorno ao bloco e fazem-me uma relaparotomia (nova reintervenção) para revisão e encerramento definitivo da cirurgia. 

Depois do recobro, finalmente acordo ao fim de muitos dias na enfermaria já colostomizada e com um penso vertical com quase dois palmos de mão, da minha mão. A família está contente e emocionada por me ver e eu tão grata por ter família e eles estarem ali comigo. São a minha vida e o meu amor por eles é infinito! 

Um ou dois dias depois o resultado da análise chega. Eu não sei de nada, não estou a par de nada. A suspeita de ter células cancerígenas não se confirma. Trata-se de uma endometriose intestinal profunda. Células do endométrio desenvolveram-se nas paredes do intestino e aquando das menstruações também estas células sangram. Não tendo o organismo forma de expelir esse sangue, formaram-se ao longo dos anos cicatrizes sobre cicatrizes que lentamente foram empurrarando o intestino até o desfecho ser este.


A endometriose, palavra e doença nova para mim até então, era afinal o motivo das dores terríveis que tinha todos os meses.

Entretanto, passei a viver com um saco colado à pele. Tive sessões com enfermeiros e outros técnicos de saúde para aprender como devia doravante lidar com a minha nova condição e tratar da minha higiene pessoal. 

Foi uma fase complicada, de negação ao princípio, muito difícil. Em pouco tempo passei a ter de fazer  uma vida normal. Só vários meses depois voltei a fazer nova laparotomia para reconstruir o trânsito intestinal.

E eu poderia continuar a escrever esta história que não acaba aqui...

Aqueles que me seguem há muito tempo sabem que este blog não é um diário dos meus dias nem a expressão de pensamentos avulsos que vou tendo sobre isto ou aquilo. O registo é outro. 

No entanto, tudo quanto escrevo e partilho aqui não é ficcional, é real e faz parte da minha vida, como esta história que deixou marcas profundas que a passagem do tempo nunca conseguirá  apagar. 

Este episódio e a endometriose profunda que tenho mudou-me a vida, mudou-me a visão que tenho do que me rodeia, dos outros, dos acontecimentos, dos planos e projetos que tinha e que tenho.

Pensei muitas vezes se haveria de publicar esta história aqui. Para quê partilhar algo de tão íntimo aqui no blog? Qual o interesse?

Agora já está! Não há nada a fazer. Foi publicado.

A intenção não é que lamentem o que me aconteceu, que tenham pena de mim, que me achem uma coitadinha, etc... Dispenso todas essas manifestações pesarosas, que agora até seriam piegas.

Aliás, eu neste momento já não lamento nada do que me aconteceu. O que aconteceu tem-me ensinado muito.

Não tenho nada a ganhar em expor-me, mas posso ajudar outras mulheres com o meu testemunho. Sinto que tenho esse dever. O dever cívico e moral de partilhar a minha história. Não é para alarmar, porque  todas as histórias de endometriose são diferentes.

Há casos mais graves e mais complexos que o meu e há casos em que a doença está lá e é assintomática.

Mas espero que casos como o meu não voltem a acontecer por maus diagnósticos, por falta de interesse ou desconhecimento médico e por ignorância da paciente.

Ter dores muito fortes e outros sintomas de grande mau estar durante a menstruação não são normais e nem vão passar assim por obra e graça do espírito santo.

Apesar de ser uma doença ginecológica, a endometriose pode atingir vários outros órgãos, como o intestino, a bexiga, os pulmões e até o cérebro. 

É uma doença crónica e quando não é diagnosticada, controlada e vigiada pode causar danos irreparáveis, tanto ao nível do aparelho reprodutor feminino, como outras situações tão ou mais graves para a saúde.

Quem sofre desta doença sabe do que falo. Ela não dá tréguas, nem descanso. É uma doença silenciosa que não é um cancro mas que se comporta como tal. Alastra e corrói-nos as entranhas. 

Felizmente a minha história não me impede de achar que sou uma sortuda. Sou mesmo. Se vos contasse o meu historial clínico com 36 anos, acho que tinha matéria para uma pequena enciclopédia. Cicatrizes? Sou uma colecionadora. São as minhas marcas de guerra, as mais extraordinárias tatuagens que podia ter.

A endometriose já me fez verter muitas lágrimas, mas também me tem mostrado o quão forte eu sou capaz de ser nos momentos mais críticos. Não deixo que me roube o sorriso e a alegria, porque a vida está aí à minha espera, como sempre esteve desde o início. Eu não me esqueço e agradeço esse milagre e cada lição  particular que me tem dado.

Obrigada!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Fruta: comer por prazer ou por obrigação?

Quem priva comigo sabe que sou um castigo para comer fruta.

Sou tomada por uma preguiça, sabe-se lá vinda de onde, que me suga  todas as energias e o apetite, se no final de uma refeição tiver que descascar uma laranja, um pêssego, uma maçã, etc. 

Aprecio a maior parte das frutas. Mas quando se trata de as preparar para comer, o ideal seria crescerem em pratos e tacinhas nas árvores,  já descascadas e arranjadas só para mim :P

Naturalmente acabo por preferir as frutas de "abertura fácil". Aquelas que é só lavar e comer, como as uvas e as cerejas, ou as do tipo "casca de banana".

Gostava de ser daquelas pessoas que volta e meia vão à fruteira e comem uma peça de fruta só porque sim. Com muita pena minha, não sou assim e dicilmente virei a sê-lo.

Mas esta limitação não me tem impedido de explorar estratégias que incentivem ao consumo da fruta, no sentido de garantir o mais possível uma alimentação rica, equilibrada e saudável. As frutas dão-nos muitas vitaminas e nutrientes importantes para o bem-estar do nosso organismo e formam importantes barreiras protetoras contra certas doenças.

Por isso faço muitas vezes sumos naturais. E nestes meses em que há mais variedade de fruta, procuro tirar o máximo partido disso e ter sempre uma taça de frutas no frigorífico.

Tiro uns minutos, que podem coincidir com qualquer altura do dia, só para arranjar várias frutas frescas.

Essa mistura de frutas não leva açúcar.

 Mistura de morangos, meloa e manga

Sim, podemos ter uma salada de frutas doce sem qualquer necessidade de acrescentar açúcar. Basta para isso adicionar uma qualidade de fruta doce, como a manga, a banana, a pêra, etc... às frutas mais ácidas ou semi-ácidas. Resulta muito bem e não ficamos com uma salada desenxabida.

Se a fruta não estiver madura demais, não incluirmos espécies sumarentas, nem espécies que oxidem rapidamente em contacto com o ar, uma taça de frutas pode conservar-se até 2 dias em ótimas condições no frigorífico.

Nesses casos podemos logo fazer uma taça grande de frutas e poupar tempo no trabalho de andar a descascar/arranjar fruta várias vezes ao dia.

Quanto às frutas que oxidam, como as maçãs e as pêras, também podemos ter alguma quantidade pronta a comer, mas num recipiente à parte. Para evitar que fiquem escuras e com aquele aspeto pouco apelativo, podemos cobrir os pedaços de fruta com água e acrescentar umas gotinhas de sumo de limão.

Existem outros truques para prevenir a oxidação da fruta, mas este parece-me bastante simples e eficaz.

Pedaços de maçã submersos em água
                                                         
Quando apetece é só ir buscar a quantidade que queremos e comer isoladamente ou em mistura com as outras que já temos preparadas.

E a água que fica no fim não deitem fora. Ela está amarelada, mas tem imensas propriedades. Pode-se beber, se o manuseio da fruta foi feito de forma limpa e higiénica, ou então podemos aproveitá-la para regar as nossas plantas :)

Mas fazer por ter sempre fruta no frigorífico pronta a comer é sem dúvida um convite a consumir mais vezes fruta.

Comigo tem sido assim. Passei a comer mais fruta tanto às refeições, como fora destas. Dá-me realmente prazer fazê-lo.

Para aquelas pessoas que levam a vida a petiscar coisas menos saudáveis ao longo do dia, penso que também vale muito a pena experimentar estes truques. 

Na hora de escolher entre uns snacks e uns bolos ou bolachas calóricos, que até podem saber bem, mas fazem tão mal, e uma taça cheia de fruta variada igualmente ali à mão, é possível que a decisão se incline mais vezes para a versão mais saudável :)

Beijinhos e um dia feliz para vocês.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Lixívia: amiga ou inimiga?

Cá em casa não dispenso o uso da lixívia* em algumas limpezas domésticas e em nódoas difíceis.

Mas à conta da lixívia já estraguei alguma roupa.

Por isso a minha relação com ela sempre foi de amor/ódio.

Hoje lembrei-me de partilhar este post, por que ainda na passada sexta-feira uma leitora se queixou que estragou uma peça com lixívia. E que agora a única solução que encontra é tingir. 

Conheço bem histórias dessas na primeira pessoa.

Se bem se recordam, ainda em janeiro estraguei umas calças novas.

Dias depois estava eu à conversa com uma amiga ao telefone a comentar a minha triste sina com a lixívia e diz-me ela que antigamente também lhe aconteciam situações dessas. Mas desde que passou a usar lixívia sem salpicos nunca mais teve problemas.

What?????

Lixívia sem salpicos????

Segundo essa amiga, há muito tempo que já existe à venda no mercado. E com certeza grande parte de vocês já conhece também, exceto euzinha, que só passei a conhecer desde essa altura :P

Claro que na ida seguinte ao supermercado fui logo procurar por essa dita sem salpicos e facilmente a encontrei.

Não sei porque razão nunca me cruzei com ela, quando está exatamente na mesma seção das outras. Nem me lembro de alguma vez ter visto qualquer tipo de publicidade a anunciar o produto. Andei eu demasiado distraída com outras coisas?

Existem mais marcas, mas eu optei por trazer marca branca e tenho a dizer só isto: que pena que tenho de não a conhecer e usar há mais tempo (refiro-me à lixívia, não há marca), porque ter-me-ia poupado muitos dissabores.


Esta lixívia é mais densa que a dita normal. Tem uma textura tipo gel, daí ser sem salpicos.

Além de não salpicar e evitar aqueles estragos irremediáveis na roupa, ela simplesmente rende muito mais que a outra.

Digo isto porque, já lá vão mais de 4 meses e ainda nem a meio da garrafa de 2 litros cheguei. Com esta lixívia sem salpicos consigo dosear melhor a quantidade que necessito de forma muito mais fácil do que em relação à líquida.

Pelo menos comigo é assim que utilizo lixívia a "olho".

Fica a sugestão para algum(a) distraído(a) desastrado(a) como eu, que ainda não tenha experimentado e não conheça.

A verdade é que desde essa altura nunca mais tive problemas nenhuns. Estou de pazes feitas com a lixívia e neste momento tornamo-nos amigas inseparáveis e sem ressentimentos :)

* Lixívia (em Portugal)= água sanitária (no Brasil).

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Do wc e da cozinha para o quarto

Ainda não há muito tempo apresentei-vos aqui a forma como passei a organizar, desde há alguns meses a esta parte, os meus colares e fios.

A coisa foi resultando muito bem durante os meses de inverno, porque nos meses e dias mais frios raramente uso colares.

Agora que o bom tempo está aí e o pescoço anda mais ao léu, apetece-me usar muito mais vezes fios e o meu antigo método começou a revelar-se pouco prático. Fazia-me perder algum tempo e isso não me estava a agradar muito.

Entretanto, e como nada é estanque nesta vida, acabei por arranjar uma nova forma de organizar esses acessórios.

Peguei naquele conjunto de argolas acrílicas que estavam guardadas numa gaveta e que tinham vindo com o cortinado do wc.

Essas argolas foram utilizadas durante muito pouco tempo. Acabei por substituí-las por outras de inox que gostava mais.

Ainda bem que não as deitei fora porque vieram a revelar-se mesmo muito úteis.

Coloquei as argolas todas num cabide de madeira e agora cada uma delas serve para pendurar um ou mais colares. 


O cabide dos colares está sempre dentro do roupeiro. Ocupa pouco espaço e é muito fácil de "consultar" para escolher o colar que quero usar neste ou naquele dia. Ter uma visão panorâmica dos colares que tenho  ajuda-me a escolher de forma mais rápida e certeira.


Depois da escolha feita, retirar o colar é muito prático porque basta puxá-lo pela ranhura ou abertura que cada argola tem.


Este método é também excelente para organizar cintos, lenços, pulseiras, etc.

Mas a organização de acessórios não se ficou por aqui.

Com a substituição de cómodas no meu quarto, passei a ter menos gavetas e menos espaço na nova/antiga cómoda.

A cómoda anterior

A cómoda recente

Ora menos espaço obrigou-me a fazer uma melhor gestão da organização e arrumação das coisas que tinha anteriormente na primeira cómoda. E foi o que eu fiz. E a verdade é que coube tudo o que precisava na nova cómoda que veio para o meu quarto.

Acabei também por repensar o anterior método de organização para os brincos que aqui tinha partilhado.

Tinha preferência por um que me permitisse organizar por "andares" os meus brincos, e a antiga caixa de Ferrero Rocher não conseguia satisfazer essa minha nova necessidade.

Peguei em 2 couvettes para fazer gelo e enfiei aí os meus vários pares de brincos. 

Esta ideia tem-se mostrado muito prática porque coloco uma couvette sobre a outra e poupo imenso espaço. 

Duas couvettes de gelo com brincos e organizadas por "andares".

Os dois novos organizadores dentro da gaveta e já sobrepostos. 

O momento da consulta dos brincos


Tenho sempre a possibilidade de colocar um organizador ao lado do outro, mas não mais que dois, ainda que pudesse no total sobrepôr 4 organizadores ou couvettes de gelo nesta gaveta.

Duas ideias de organização de acessórios super simples de pôr em prática e que me têm dado tanto, mas tanto jeito cá por casa.

Beiijinhos e bom início de semana :)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Reciclar roupa de forma simples #3

Tenho uma saia de ganga há vários anos. Já não sei precisar há quantos.

Gosto muito do corte dela em viés, mas não a uso muitas vezes por causa do pormenor da abertura que tem à frente.

De pé, acho que essa abertura fica bem gira, mas quando me sento fica demasiado subida. E se não tiver nada por baixo, além das cuecas, é certo e sabido que vou dar espetáculo à borla :P


Por causa desse detalhe acabo por não a usar tantas vezes quantas as que gostaria. E já estive para me desfazer dela outras tantas.

Mas na hora H arrependo-me e ela volta sempre ao roupeiro.

Esta semana esteve outra vez para ir embora. Afinal para que quero uma saia a ocupar espaço, quando só a uso uma vez no ano, se tanto? Mas desta vez surgiu uma ideia diferente...

Peguei naquele top já curto e que deixei de usar. Não fui capaz de me desfazer dele por causa do padrão. Algum dia haveria de surgir uma ideia para aproveitar o tecido.

O tecido é nos tons de azul, amarelo e turqueza à frente e atrás, com dois padrões diferentes. Gosto de ambos e tenho dificuldade em escolher de qual eu gosto mais.

Top visto de frente

Top visto de trás

E já que estava numa de reciclar, peguei também numa fita de renda.

A saia vista de frente

A saia vista de trás

Após decidir o lado do padrão de tecido a usar, comecei a costurar. 

Teria sido mais rápido se tivesse usado a máquina de costura, mas eu não sabia como ocultar as linhas novas sem ser à mão e, por isso, foi à mão que cosi o bocado de tecido à saia. Achei mais fácil.

Primeiro fixei com alfinetes o pequeno pedaço.


E depois comecei a coser o tecido à saia em toda a volta. No fim cortei o excesso que sobrou. 


E já na reta final, apliquei a fita de renda apenas na parte da frente da saia.


A bem dizer, ganhei uma saia nova. Reciclada é certo, mas os pequenos pormenores transformaram esta saia numa peça bem diferente do que era, numa saia única.

Pessoalmente acho que o detalhe da renda até veio dar um certo romantismo à minha saia :)



Agora não há desculpas para não a usar muitas e muitas vezes.

Beijinhos