sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rubrica das Leitoras #14

As minhas leitoras fazem-me ver aquilo que eu não consigo fazer, por falta de persistência, de teimosia, de paciência, de firmeza nos objectivos, de perseverança.

E volta e meia lá vem uma contar-me que já concluiu o seu projecto ou mais um projecto.

E eu nada. Nicles de avançar com o meu. O único que iniciei do género e não acabei. Que vergonha! Temo sinceramente que já nem o venha a acabar.

Isto já não vai lá com vontade e entusiasmo, isto só lá vai mesmo com espírito de sacrifício.

Não estou suficientemente domesticada para trabalhos criativos a longo prazo. É esse o problema.

Para quem não sabe do que estou a falar, relembro-vos que falo disto.

A Patrícia, do blog Montra da Loja, é uma querida leitora que de vez em quando lá me manda um e-mail cheio da simpatia que lhe é tão característica nas palavras que me escreve.

Desta vez, mostrou-me o seu último projecto, dizendo-me: "No fim de semana passado terminei um projecto e lembrei-me de quem me passou o bichinho das mantas… a primeira manta que comecei (e ainda não terminei!) foi inspirada na que tu estavas a fazer".

A primeira manta que a Patrícia iniciou foi mostrada também aqui. Aliás, a Patrícia é a pessoa responsável pela abertura da Rubrica das Leitoras. Também por isso nutro um carinho muito especial por ela :)


Esta linda mantinha que vêem é um presente para o novo membro da família que está prestes a chegar no biquinho da cegonha. Vai nascer mais uma prima na família da Patrícia.

Concordo inteiramente com as últimas palavras com que se despediu de mim, que o melhor presente que podemos dar aos outros é o tempo e dedicação que dispendemos a realizá-lo.

E quando falamos em mantinhas lindas como esta ficou, o presente ganha outro encanto :)

Beijinhos Patrícia e obrigada pela partilha! Agora só falta concluir a mantinha para o quarto do teu filhote. Eu sei que és capaz! ;)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O diploma

Há presentes que não são fáceis de escolher. Aliás, são até muito difíceis. Por vezes uma autêntica dor de cabeça.

É difícil quando queremos mesmo oferecer algo que a outra pessoa goste, que faça sentido ou que lhe seja útil.

O problema não está no presente em si, mas na pessoa que o vai receber.

O que é que lhe vamos dar? Pergunta que nos assola vezes sem conta. E as ideias parecem fugir...

Ou é porque tem tudo, ou é porque não lhe faz falta, e será mais um mono lá para casa, ou é porque é mais do mesmo, ou é porque... ou é porque...

E quando, na tentativa de nos facilitarmos a vida, lhe perguntamos directamente o que gostaria de receber, e a pessoa nos responde que não quer nada, nem precisa de nada... aí ficamos com a plena certeza que estamos enrascados. E agora vamos lá tratar de descalçar a bota, mas sem presente a pessoa não fica.

A avó Nina é uma dessas pessoas. Do alto dos seus 80 e poucos anos, ela é uma autêntica fonte de inspiração. Carrega em si o peso da idade, das fadigas de um corpo que cede aos muitos anos que tem, das memórias que compõem a maior parte do puzzle da sua vida. Memórias límpidas. Mas também carrega a sabedoria do mundo, do seu mundo que ela sabe gerir como ninguém.

A sua lucidez, bom senso, inteligência, autonomia, perspicácia, força e generosidade comovem-me até às lágrimas.

Eu jamais serei uma mulher como esta minha avó emprestada.

No ano passado, e de forma espontânea, surgiu a ideia do seu presente.

Um presente em género de agradecimento daquilo que ela sabe fazer tão bem. Cozinhar. Ela faz questão de cozinhar todos os domingos para nós. Com uma dedicação e amor sem igual. Para a avó Nina, o domingo é o dia mais importante. Vive a semana em função do dia em que recebe toda a família em casa.

E foi assim que surgiu a ideia do diploma.

Fizemo-lo de raiz e ainda arranjámos uma caricatura super engraçada da avó Nina para o embelezar. Mesmo igualzinha à original! :)

Depois imprimimos em papel a imitar o antigo, emoldurámos e embrulhámos o diploma. À meia-noite do dia 25 de Dezembro fizemos a distribuição de todos os presentes. Excepto o da avó Nina.


O dela foi o último a ser entregue, depois de todos terem desembrulhado os seus.

Quando ela achava que não havia mesmo nada para si (como se fosse pessoa de se importar com isso), entregámos-lhe o pacote para as mãos...



O que ela se riu quando o desembrulhou. E o que nós nos rimos com ela.

Não parava de rir. Chorou a rir. A felicidade, a alegria e a surpresa estavam-lhe estampadas no rosto macio e enrugado.

Estávamos todos tão felizes com ela.



E é com imenso orgulho que ela ainda hoje mostra o seu diploma a todos aqueles que visitam a sua casa.

Uma ideia tão simples e que resultou num presente tão perfeito.

Precisava de uma ideia tão brilhante quanto esta para este ano.

Mas infelizmente, continuo às voltas, e voltas com o presente da avó Nina :P

domingo, 20 de novembro de 2011

Ideias para o Natal

Cá em casa já se começa a viver o Natal com muito entusiasmo.

E não será a crise nem os cortes no subsídio que irão diminuir a magia e a luz desta época festiva.

Nunca fui pessoa de dar presentes muito caros, e este ano tenho tentado planificar ainda melhor as compras para poder gastar o menos possível. Os tempos não estão para despesismos.

Não conto deixar de dar presentes, porque felizmente ainda me posso dar ao luxo de poder mimar as pessoas que me são mais próximas.

Acredito cada vez mais que existe um lado bom em relação à crise que estamos a atravessar.

A crise torna-nos não só mais lúcidos e conscienciosos do que é prioritário e do que é supérfluo, como nos convida a puxar mais pela nossa imaginação, a sermos mais criativos. A própria história tem-nos mostrado e ensinado que é nos tempos difíceis que surgem as melhores ideias.

Por isso, cá em casa, os preparativos para a maior parte dos presentes que irei oferecer, já estão em marcha. Alguns iniciaram-se ainda no Verão.

Gosto de fazer as coisas com tempo. Dedicar-me a elas com paixão. Pensar nos pequenos pormenores. Ensaiar experiências. Frustar-me com os erros e regozijar-me com os resultados que vou considerando felizes.

Os presentes que vou dar nada mais são do que um mimo.

E mimar é isso mesmo, um gesto de carinho e de amizade que não tem preço, nem precisa de muito espaço. Um rebuçado pode conter toda a generosidade, sinceridade e amor do mundo.

Podem não ser caros, requintados e elegantes os presentes que tenciono oferecer, mas são com toda a certeza os presentes que dão mais de mim aos outros.

Continuo a achar as ideias dos presentes caseiros e dos cabazes de Natal, ideias geniais.

Um cabaz de Natal é um presente útil que pode ser oferecido a título individual ou a uma família.

E para o encher basta uma grande dose de paciência e gosto, alguns dotes de culinária, umas horinhas na cozinha e uma pitada de muito amor.

Se ideias faltarem, no universo da blogosfera e fóruns há um sem número delas.

Salvo raríssimas excepções, não há quem não goste de miminhos comestíveis e caseirinhos.

E é a pensar já em alguns dos cabazes de Natal que irei dar, que comprei algumas latinhas para os rechear. Vi várias, comparei preços e optei por comprar as que encontrei mais baratas.


É certo que não são latinhas alusivas ao Natal, mas dificilmente conseguiria latas deste tamanho ao preço que as comprei (1 euro). Antes, procurei em vários sítios e comparei preços. Cada vez cedo menos a compras que não me convençam que são as melhores que podia ter feito. Mas tudo isto só é possível se começarmos a pensar nos presentes com tempo.

Em casa, reaproveitei material que já tinha e comprei aquele que achei necessário para transformar a primeira latinha.


Material usado:

- papel autocolante
- fita de cetim
- cola de papel
- cola-tudo
- cola glitter de várias cores
- feltro
- compasso
- estrelas de pano
- papel de embrulho
- cartolina
- tesoura simples
- tesoura com corte decorativo
- marcador

Preparação:

1) Cortei um rectângulo de papel autocolante vermelho e voltei a recortar com a tesoura decorativa. De seguida, tapei os desenhos da lata (só a tampa estava ilustrada).

2) Repeti o procedimento desta vez com papel de embrulho, utilizando um rectângulo mais pequeno. Com cola de papel fixei o papel sobre o primeiro.

3) Desenhei um molde de uma árvore de natal e recortei em feltro verde. Fixei o feltro sobre o papel de embrulho com umas gotinhas de cola-tudo. Por cima, colei a estrela de tecido.

5) Com um compasso, desenhei um círculo em cartolina vermelha e recortei com a tesoura decorativa. Escrevi a mensagem. Para dar um brilho extra, pus umas gotinhas de cola com glitter a toda a volta.

6) Para finalizar, coloquei uma fitinha de cetim à volta do corpo da lata.


E agora quem diz que a lata não é de Natal?

Uma ideia simples, fácil de executar e que resultou numa lata personalizada e a baixo custo.

Se, entretanto, a pessoa que recebeu a lata quiser ficar com uma latinha sem motivos natalícios, também é super fácil. Basta descolar o papel autocolante e passar um pouco de acetona ou álcool para retirar os restos de cola. Sem danificar, volta a ter a lata original e a poder dar-lhe o uso que entender.

Como disse, com tempo podemos planificar melhor os presentes que queremos dar e poupar dinheiro.

Escolhas criteriosas costumam quase sempre resultar em compras inteligentes.

Beijinhos e uma óptima semana.

domingo, 13 de novembro de 2011

Para alegrar o vestuário

Nas últimas férias, a minha irmã foi à Índia e trouxe um vestido para si.

Porém o lindo vestido estava largo.

Solução... mandar ajustar na costureira.

Quando o foi buscar, no saco vinha a pequena sobra do tecido patchwork.

Como sabe que eu gosto de inventar, deu-me o pequeno pedaço.

Apesar de pequena a sobra, não me fiz rogada e aceitei de imediato a oferta. O patchwork era bem bonito.

Um dia destes, num momento de arrumações, lembrei-me dele, quando encontrei uns crachás no fundo de uma gaveta.

Que me desculpe o Tim Burton e C&A, mas decidi revesti-los com tecido e dar-lhes outra utilidade.

Cortei quatro círculos de tecido com estampados diferentes.

E cada círculo com uns milímetros a mais em relação às bases dos crachás.

Com um pincel passei cola de madeira nas bases.

Poucos minutos depois, fixei os círculos às bases e revirei as sobras para dentro, passando de novo cola nas arestas.

Para os impermeabilizar, juntei um pouco de cola com água e, com o mesmo pincel, passei a mistura por cima de toda a superfície dos crachás.

Deixei secar e ganhei 4 novos crachás.


Pequenos apontamentos que vieram dar muito mais cor, alegria e personalidade às minhas camisolas de lã ou aos meus casacos de Inverno.

domingo, 6 de novembro de 2011

Para as entradas... casca de batata!

Pois que também eu deitava as cascas de batata no lixo como se de puro desperdício se tratasse.

Erro crasso!

As cascas de batata são um excelente, delicioso, económico e vitamínico aperitivo.

Não acreditam?

A primeira vez que soube desta sugestão culinária foi numa rubrica qualquer de poupança, que passava num programa da manhã.

Achei a ideia genial. Nunca me passaria pela cabeça aproveitar as cascas de batata e comê-las.

Pesquisei na internet e descobri que em muitos blogs e fóruns degustar esta singular iguaria já não é nenhuma novidade.

Curiosa como sou, resolvi experimentar.

A receita é super fácil.

Ora tomem nota...

Ingredientes:

- Cascas de batata q.b.
- Sal
- Outras especiarias a gosto ou um molho para demolhar
- Óleo ou azeite para fritar

Preparação:

1) Lavar muito bem as cascas de batata e cortar em tiras mais ou menos do mesmo tamanho.

2) Secar as cascas com um pano (este passo é muito importante).

3) Fritar em óleo ou azeite bem quente até ficarem douradas.

4) Retirar as cascas e deixar escorrer sobre papel absorvente.

5) Temperar com sal, pimenta e oregãos ou servir simples com um molho de maionese para acompanhar.

Fácil não é?

Para mim, o único senão aqui é a parte da fritura.

Não sou muito adepta de fritos, mas de vez em quando lá cometo as minhas "inconfidências". E em casa, se fizer fritos é uma vez no ano e... e...

Lá procurei e encontrei a alternativa ideal aqui.

Cascas de batata crocantes e muito mais saudáveis.

Tudo o que eu queria e precisava!

Os ingredientes são exactamente os mesmos. A diferença está no modo de preparação.

Preparação sem fritura

1) Lavar e secar bem com um pano as cascas de batata.

2) Cortar as cascas em tiras, e dispor num prato. Levar ao microondas.

3) Programar 3/4 minutos na temperatura máxima e virar as cascas. Repetir este procedimento, até as cascas estarem sequinhas, estaladiças e crocantes.

Acabadinhas de fazer!

E assim temos as nossas cascas prontinhas a servir de entrada numa refeição, como aperitivo num convívio com amigos, ou ainda para degustar enquanto se vê um filme ou outro programa de televisão.

Eu adorei a experiência. Soube-me foi a pouco. Estavam tão boas!

O P. torceu o nariz ao início. Mas assim que lhes pôs o dente, deixou os cepticismos de lado e deixou-me a mim a chuchar no dedo. Tradução... comeu-me praticamente as cascas todas e não me deixou quase nada.

Conselhos úteis:

a) Conforme a potência do microondas, o tempo de cozedura pode implicar mais tempo ou menos tempo. Eu optei pelos 4 minutos de cada vez (depois de ver que 1 minuto, conforme o sugerido, era muito pouco). Quando vi que as cascas estavam quase, quase prontas, fui diminuindo o tempo para controlar melhor o processo de cozedura. Basta estar atento para perceber o tempo ideal.

b) É possível que o prato fique bastante quente, por isso não esquecer de usar luvas na altura de o manusear.

c) A espessura da casca vai interferir no tempo de preparação. Cuidado para não deixar queimar.

d) Esta solução mais saudável de preparação, só é viável para um prato de cascas (eu ocupei a base e a borda do prato). Se quisermos fazer uma grande quantidade, não se torna prático porque se perde demasiado tempo. Aí o melhor é mesmo optar por fritar.

Se ainda não experimentaram a receita de casca de batata, experimentem e surpreendam(-se) a vocês, a vossa família e amigos. Acreditem que será um momento de diversão garantido e super saboroso :)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Iogurtes Líquidos

Nos últimos tempos a minha iogurteira andava assim para o paradita.

No início, e como qualquer criança com brinquedo novo, fazia imensas receitas de iogurtes: naturais (os meus preferidos), com doce, com aromas, com nestum, e por aí fora...

Mas a pouco e pouco este frenesim foi diminuindo.

Sinceramente, gosto bastante de iogurtes, sobretudo para levar para o trabalho. E para esse fim os meus preferidos são os líquidos. Não tenho que pensar em levar colher e quando o tempo é escasso para pausas, num golo bebe-se um iogurte líquido e fica-se com o estômago reconfortado. Com os sólidos já não é bem assim.

De vez em quando lá fazia iogurtes, mas a frequência diminuiu drasticamente.

Os líquidos, de compra, passaram novamente a ser reis no meu frigorífico.

Até que na semana passada decidi inverter esta situação. Não fazia sentido nenhum ter uma iogurteira em casa, onde posso fazer óptimos iogurtes com muito menos aditivos, e andar a comprar iogurtes para consumir todos os dias.

Se eram líquidos que eu queria, seriam líquidos os iogurtes que a minha "princesa" passaria a fazer.

Em termos de receita não tem nada que saber. Sigo os mesmos passos que já seguia para os sólidos, só que reduzo o tempo de fermentação.

Os meus preferidos serão sempre os naturais açúcarados. Isso não invalida que de vez em quando não goste de variar. Mas é aos naturais que volto sempre.

Iogurtes líquidos Naturais

Ingredientes (para 6 copos de iogurte)

- 1 iogurte natural sólido
- 1 litro de leite
- 3 ou 4 colheres de sopa de açúcar
- 1 colher de sopa de leite em pó.

Preparação

1) Num copo largo e fundo, misturar o iogurte com o açúcar e o leite em pó.

2) Adicionar a pouco e pouco o leite morno ou à temperatura ambiente, mexendo sempre.

3) Verter a mistura para os copos da iogurteita, previamente esterilizados (30 seg. em temperatura máxima no microondas).

4) Colocar os copos na iogurteira sem as tampas.

5) Ao fim de 6/7 horas os iogurtes estão prontinhos.

6) Colocar as tampas nos copos e levar ao frigorífico.

Entretanto, decidi comprar 2 iogurtes de compra líquidos em garrafinhas de vidro.

Depois de vazias e lavadas, as garrafinhas tornam-se muito práticas e higiénicas para transportar os meus iogurtes.

De manhã, antes de sair de casa, verto um dos copos de iogurte para dentro da garrafinha, e enfio-a na mala.
Ainda com a etiqueta original, mas já com o meu iogurte

Quando regresso a casa, e já depois do jantar, lavo a garrafinha e ponho-a a enxugar.
A hora do banho

No dia a seguir está de novo operacional.

Se eventualmente me esquecer de lavar a garrafa ou simplesmente estiver com preguiça, tenho uma segunda de reserva :)

Estou bastante satisfeita com esta nova medida.

Muito mais económica, saudável e amiga do ambiente (no mínimo, deixei de deitar fora 5 garrafinhas de plástico por semana).

E quanto aos iogurtes em si, não podia estar mais satisfeita. Saborosos, como sempre! :)