No seguimento do post anterior, por acaso não estava a pensar especificamente na Bimby, ao contrário do que alguns julgaram e outros me disseram. Porém, pode estar perfeitamente incluída nos ditos electrodomésticos. Porque não?
Sobre a Bimby já falei neste
post e já dei a minha opinião. Não tenho mais a acrescentar, nem a retirar.
Mas posso, por exemplo falar, de um outro electrodoméstico que tenho, que alguns consideram "da moda" (eu também concordo que sim): a máquina do pão ou mfp.

Não é preciso procurar muito. Basta ir a um qualquer motor de busca, inserir "pão na mfp". Temos um sem número de testemunhos a falar do pão ultra, mega, maravilhoso que a máquina panificadora faz lá na sua cozinha.
"Lá na sua cozinha", digo bem. Porque na minha não faz!
Como máquina panificadora doméstica deixa muito a desejar.
E digo isto com grande convicção, porque até fiz questão de comprar uma máquina boa, eleita pela Proteste como a melhor do mercado na altura.
E digo isto porque, num espaço de 1 ano e pouco, já experimentei fazer um sem número de pães, com muitas e diferentes farinhas, seguindo sempre à risca as medidas das receitas, a ordem dos ingredientes e utilizando todo o tipo de fermentos.
Já experimentei desde as farinhas sem serem pré-preparadas às outras. Destas últimas, já usei da Nacional, da Branca de Neve, do LIDL, do Continente, eu sei lá que mais...
Já experimentei desde o fermento seco ao fermento fresco.
E acho que que já tive tempo, com tão vasto número de experiências, para fazer pelo menos um único pão na mfp que eu pudesse dizer: "Este é de comer e chorar por mais!"
O problema não está na máquina, nem na falta de experiência ou possível falta de jeito.
O melhor pão que fiz até hoje na mfp, fi-lo na semana passada, com farinha pré-preparada do LIDL (Ciabatta), que experimentei pela primeira vez, e onde fugi um bocadinho à receita do pacote.
Consegui um pão que não se esfarela, a massa ficou mais leve e, por conseguinte, o pão mais fofinho. Portanto, bastante razoável. Foi o melhor de todos. Mas não posso dizer que ficou maravilhoso. Ficou muito melhor que os anteriores. E hei-de repetir a receita mais vezes.
Curiosa como sou, as minhas experiências já foram além-pão na mfp.
Já experimentei fazer compotas, mas também aí não me convenceu e tive de acabar de fazer o doce no fogão.
Já experimentei fazer arroz doce, seguindo uma receita que vi na net, e ficou uma bela porcaria. Foi direitinho para o lixo.
Bolos nunca fiz e cozinhados nunca me aventurei, apesar de já ter lido muitos testemunhos de quem já tenha experimentado e gostado.
Desde que a comprei, não há praticamente semana em que a mfp não trabalhe.
E sim, faço muitas vezes pão nela, quando o tempo é escasso. Porque é só meter tudo lá para dentro e umas horas depois a máquina apita a avisar que o pão está pronto. E é bom ter pão quente à hora que se quer.
Mas volto a dizê-lo: como máquina panificadora não convence. Agora como ajudante de panificação, só lhe posso tecer os maiores elogios.
Ela é óptima para amassar... poupa-me imenso trabalho.
Graças a ela, descobri a maravilha que é fazer pão no forno cá de casa. Esse sim é uma maravilha. E massas para outros fins culinários, como por exemplo pizzas, sem quase trabalho nenhum.
Por isso não posso dizer que foi um mau investimento. Mas também não posso dizer que foi o melhor.
A máquina acaba por ser muito prática para quem quer ter pão fresco todos os dias, sem ter de levantar o rabiosque mais cedo da cama para ir à padaria. Durante a semana, esse ritual para mim estaria fora de questão porque como alternativa congelo o pão.
Nisso é bom ter uma máquina que dá para programar. Mas deixemo-nos de lirismos, o pão não tem nada a ver com um bom pão de padaria. Atenção que não estou a falar de alguns tipos de pães industriais.
Onde é que uma mfp faz um bom pão saloio, um bom pão alentejano, um bom pão de mafra, etc...?
Pois, não faz, nem pode fazê-lo!
Se experimentarem fazer a mesma receita de pão duas vezes, uma para cozer no forno e outra para cozer na mfp, vejam bem as diferenças.
E bem vistas as coisas, é tudo farinha do mesmo saco!
Não é só o formato do pão que é diferente. O sabor, a textura do miolo, a côdea e até o cheiro, imaginem só, não têm nada a ver.
O modo como o pão leveda no processo de cozedura, num forno e confinado a uma cuba, é necessariamente diferente.
Além de tudo o que já disse sobre o pão feito na mfp, desengane-se aquele que acha que o formato de pão-de-forma é óptimo para fazer sandochas. É do mais mal jeitoso que há.
Não podemos cortar o pão em fatias muito finas, sob pena de vermos desmoronar em pedaços cada fatia à nossa frente.
E cada fatia de tão larga que é, torna-se muito desengonçada para casar com outra igual.
Cá em casa quando quero fazer sandes com o pão da mfp, vejo-me obrigada a cortar cada fatia ao meio e sobrepor as metades. Só assim!
E pronto, com este post acrescento mais um testemunho no mundo da blogosfera sobre a minha relação com a máquina de fazer pão, mais conhecida por mfp.